A Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) reservará o dia 17 de junho para o debate exclusivo de temas ligados ao autismo. O anúncio foi feito pelo presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), durante a sessão plenária desta terça-feira (2). A data, uma alusão ao Dia do Orgulho Autista, dedicará a Ordem do Dia à deliberação de projetos de lei relacionados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), como forma de dar visibilidade e reforçar a necessidade da inclusão.
“Será uma sessão específica para este assunto”, adiantou Traiano, após os pronunciamentos de Samantha Sitnik, presidente da Associação das Mães de Autistas de Cascavel (AMAC); e Ledinalva Pereira de Almeida, psicopedagoga clínica. A convite dos deputados Marcio Pacheco (PDT) e Subtenente Everton (PSL), as mães de autistas falaram aos parlamentares sobre os desafios pela inclusão de quem tem o transtorno de desenvolvimento, condição que atinge mais de dois milhões de pessoas no Brasil. Hoje, dia 2 de abril, é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, data que motivou a realização, pela manhã, de uma audiência pública no Plenarinho da Alep (leia matéria no site).
Para Samantha Sitnik as principais demandas estão, principalmente, nas áreas de educação e saúde, obrigações constitucionais do Poder Público. “Há dificuldade em encontrar especialistas em neurologia no SUS e o diagnóstico precoce é fundamental”, explicou. A baixa oferta de professores qualificados e treinados na rede pública de educação também é uma preocupação, segundo ela. “Equipes diretivas de algumas escolas buscam a inclusão, mas ainda é preciso haver uma mobilidade maior dos municípios e da própria Secretaria de Educação neste sentido”, afirmou Samantha.
Para Ledinalva Almeida, a inclusão das crianças no ambiente escolar é o objetivo principal. Ela atua em um projeto de alfabetização na associação Anjo Azul, de Curitiba, no atendimento de 13 crianças autistas, sem custo algum. “Uma ponte entre o consultório, a parte clínica com as famílias, e a capacitação dos professores”, explicou a psicopedagoga.
Diagnóstico – O deputado Márcio Pacheco destacou a atenção às famílias de autistas como meio de apoiar a causa. Segundo ele, o diagnóstico muitas vezes difícil do transtorno gera preconceito sobre as crianças e seus pais. “Hoje é um dia para mostrarmos ao governo as necessidades das políticas públicas para estas famílias e para a população. Estas pessoas merecem nosso apoio e não discriminação por falta de conhecimento”, ressaltou.
Já para o deputado Subtenente Everton, é preciso que o Poder Executivo cumpra a legislação e aplique efetivamente as políticas de inclusão dos autistas. “Nosso objetivo ao trazer estas pessoas ao Plenário é dar voz a elas, mostrar que existem. Queremos cobrar a política para o adulto e para o idoso autista, o diagnóstico precoce e o tratamento de qualidade”, afirmou o parlamentar.