Assembleia comemora os 30 anos da Pastoral da Criança

25/11/2013 19h35 | por Sandra C. Pacheco
Da esquerda para a direita, deputados Tercílio Turini (PPS), Teruo Kato (PMDB), Jonas Guimarães (PMDB), Pastor Praczyk (PRB) e Francisco Bührer (PSDB).

Da esquerda para a direita, deputados Tercílio Turini (PPS), Teruo Kato (PMDB), Jonas Guimarães (PMDB), Pastor Praczyk (PRB) e Francisco Bührer (PSDB). Créditos: Sandro Nascimento/Alep (crédito obrigatório)

Da esquerda para a direita, deputados Tercílio Turini (PPS), Teruo Kato (PMDB), Jonas Guimarães (PMDB), Pastor Praczyk (PRB) e Francisco Bührer (PSDB).
Por iniciativa do deputado Gilberto Martin (PMDB) e do presidente da Comissão Executiva, deputado Valdir Rossoni (PSDB), a Assembleia Legislativa realizou sessão solene nesta segunda-feira (25) para comemorar o 30º aniversário da Pastoral da Criança, organismo de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fundada pela médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann e pelo então arcebispo de Londrina, D. Geraldo Magella Agnelo.

Com ações simples e eficazes, envolvendo voluntários da comunidade, a Pastoral cresceu tanto que hoje está presente em todos os Estados do Brasil e em 21 países da América Latina, da África, da Ásia e do Caribe, com resultados significativos na redução da desnutrição e da mortalidade infantil. Dados do IBGE mostram que a instituição acompanha atualmente 13% das crianças pobres no país, com ações efetivas que acabaram sendo adotadas e adequadas como políticas públicas de saúde.

O presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Criança, D. Aldo Di Cillo Pagotto, recebeu a menção honrosa comemorativa aos 30 anos da instituição. A menção honrosa in memoriam oferecida a Dra. Zilda foi recebida por seu filho e coordenador da Pastoral da Criança Internacional, Nelson Arns Neumann. Entre os homenageados estava também a irmã Vera Lúcia Altoé, coordenadora nacional da Pastoral, que falou durante o evento.

Prestigiaram a sessão o vice-governador e secretário de Educação Flávio Arns (PSDB), que representou o governador Beto Richa (PSDB); o desembargador Ruy Mugiatti, representando o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Guilherme Luiz Gomes; o secretário municipal de Relações Institucionais Paulo Maia, representando o prefeito Gustavo Fruet (PDT); o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB) e o deputado estadual Dr. Batista (PMN), além de um grande número de representantes das coordenadorias da Pastoral no país.

Ao abrir a solenidade, o deputado Valdir Rossoni disse que a Pastoral da Criança “é o Brasil que deu certo e nos enche de esperanças. Prova de que é possível se fazer essa revolução no sentido prático”. Ele elogiou a instituição de um memorial na sede da Pastoral em Curitiba, para difundir não só o trabalho já realizado, mas também para estimulá-lo e aperfeiçoá-lo, rendendo a merecida homenagem à sua criadora.

Reconhecimento internacional –
“Ao longo destes anos, a semente plantada pela Dra. Zilda Arns cresceu e ganhou reconhecimento internacional. A luta contra a mortalidade infantil tornou-se uma bandeira por suas mãos”, observou Gilberto Martin, lembrando que no ano passado a Pastoral acompanhou 1,3 milhão de crianças, 70 mil gestantes e um milhão de famílias. Nas áreas onde atua, os índices de mortalidade infantil são de 8,8 óbitos para cada mil nascidos vivos, enquanto a média nacional é de 15,6 por mil.

‘É uma semente que não para de crescer. O receio que em algum momento existiu, de que a morte da Dra. Zilda pudesse abalar essa estrutura, felizmente não se concretizou e a entidade crescerá muito mais nos próximos anos”, previu. No ano passado a Pastoral capacitou 31.842 novos voluntários e 3.534 líderes voluntários e familiares de crianças atendidas foram alfabetizados.

História
– A Pastoral da Criança foi criada em 1983, na pequena Florestópolis, município com 14.700 habitantes localizado a 100 quilômetros de Londrina. A cidade não foi escolhida gratuitamente: ela ostentava então o maior índice de mortalidade infantil do Paraná, comparável apenas aos números do Nordeste brasileiro. De cada mil crianças nascidas vivas, 127 morriam nas primeiras semanas ou meses de vida.

Contando com a ajuda preciosa das pioneiras, entre as quais se incluíam as freiras Eugênia Pietta, Ana Maria Pósio, Maria Venário e Inácia do Rocio Martins, a Dra. Zilda deu início ao que chamava de “uma verdadeira revolução comunitária” em meio a uma população constituída basicamente de boias-frias (74%) que trabalhavam nos canaviais e nas colheitas de café e algodão. A colaboração das professoras das escolas rurais também foi importante para vencer a desconfiança e as resistências iniciais de quem tinha pouco acesso às informações e noções básicas de saúde.

O trabalho, pioneiro e árduo, começava com a divisão da cidade em quadrantes onde seriam colhidas informações sobre a ocorrência de doenças, o número de filhos e a renda das famílias, seguindo-se o treinamento das voluntárias e campanhas coletivas de desverminação, vacinação e combate ao piolho. Medidas básicas que, para uma população desassistida, eram novidade.

O primeiro curso de capacitação ministrado pela própria Dra. Zilda, com apoio de agentes da Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, em cinco salas da escola de educação infantil, no prédio da Congregação das Servas da Caridade, tratava da redução da mortalidade infantil, cuidados com a casa, higiene, uso do soro caseiro para reidratação oral, amamentação, saúde da gestante, pré-natal, remédios caseiros e chás. As voluntárias se incumbiam do cadastramento e do acompanhamento das famílias com visitas e reuniões em suas próprias casas para pesagem das crianças de até seis anos. Nessa missão, muitas vezes detectaram crianças com deficiências ou necessidades especiais que eram encaminhadas para um tratamento condizente.

Com o passar do tempo, o projeto foi agregando outras iniciativas para reduzir a desnutrição e melhorar a qualidade de vida das famílias acompanhadas. Passou a contar com uma “vaca mecânica”, equipamento para produzir leite de soja, a distribuir sopas e orientar a implementação de hortas caseiras e de uma horta comunitária que abasteceu as escolas e o próprio programa da Pastoral por seis anos. O sucesso do empreendimento espalhou-se para as cidades vizinhas, depois para outras regiões do país e, finalmente, para outros países com carências semelhantes às nossas.

Passadas três décadas, as líderes encarregadas das ações da Pastoral não encontram mais o quadro desolador registrado nos primórdios do programa em Florestópolis. Já no primeiro ano de trabalho, o índice de mortalidade infantil caiu de 127/1000 para 28/1000. Vários fatores contribuíram para melhorar a realidade cotidiana do município que foi o primeiro laboratório dessa grande experiência de solidariedade e responsabilidade social, entre eles, as ações preventivas de saúde, nutrição e educação promovidas pela Pastoral da Criança. 

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