Assembleia debate maior participação de pequenos agricultores nas Centrais de Abastecimento do Paraná Audiência proposta pelo deputado Marcio Pauliki, presidente da Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda, movimentou o Plenarinho da Alep.

27/09/2017 14h39 | por Rodrigo Rossi
Audiência Pública sobre as Centrais de Abastecimento do Paraná - CEASA/PR.

Audiência Pública sobre as Centrais de Abastecimento do Paraná - CEASA/PR.Créditos: Noemi Froes/Alep

Audiência Pública sobre as Centrais de Abastecimento do Paraná - CEASA/PR.

Alternativas para fomentar a maior participação de agricultores familiares na comercialização de produtos nas Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa) foram debatidas na manhã desta quarta-feira (27), no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná. Ampliar a estrutura física dos espaços de fornecimento de hortifrutigranjeiros, criar condições mais competitivas para a comercialização dos alimentos também foram algumas das necessidades apontadas durante a audiência pública, que foi proposta pela Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda, presidida pelo deputado Marcio Pauliki (PDT).

O presidente da Ceasa, Natalino Avance de Souza, explicou que existem 312 “pedras” na unidade de Curitiba, que são espaços destinados à comercialização dos produtos, e devem ser utilizados em forma de rodízio por parte dos agricultores, diferentemente das demais áreas permanentes, assumidas por uma empresa fornecedora de produtos, por meio de licitação. “Temos uma demanda reprimida de 450 agricultores em Curitiba que não conseguem oferecer os produtos por falta de espaço. Temos que rever isso urgentemente”, destacou.

Atualmente, no estado, são 5.247 agricultores cadastrados para o fornecimento de alimentos na base da Ceasa. Somente para a central de Curitiba são 3.520 produtores que abastecem a unidade na capital, cujo movimento em produtos representa R$ 2,4 bilhões ao ano. “Temos problemas no projeto de logística na Ceasa de Curitiba, que é antigo, e não conseguimos atender todos os agricultores. Precisaríamos ampliar o rodízio, além de abrir novos espaços de fornecimento. E estamos buscando o apoio da Assembleia para avançarmos neste sentido”, disse Natalino de Souza.

Ele afirmou que 60% dos alimentos ofertados na central são de outros estados, o que prejudica também o produtor paranaense, uma vez que as empresas permissionárias buscam produtos com melhores preços em outros mercados. “Licitamos os espaços. No entanto, precisamos destas ‘pedras’ para oportunizar ao produtor familiar a sua participação, porque se licitarmos tudo, há uma grande chance de se ‘aniquilar’ este agricultor de vender os seus produtos, porque ele, por suas condições, não tem condições de cumprir as exigências da licitação”.

Para o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) em exercício, Otamir César Martins, é preciso viabilizar ao pequeno agricultor uma alternativa de renda e de fomento à produção, estimulando e dando condições adequadas para um mínimo de competitividade. “Recebemos diariamente a solicitação de agricultores familiares para comercializar os alimentos na Ceasa. Por isso, a posição da Secretaria é bem clara: temos que ampliar o espaço. No Paraná vivemos um binômio da soja e do milho, mas temos também outras frentes de produção e que precisam ter espaço. Viabilizar isso é permitir que o pequeno gere renda e contribua para o fomento agrícola no estado”.

Durante a audiência, os parlamentares definiram pela necessidade de uma visita à Ceasa de Curitiba. Além de Marcio Pauliki, participaram da discussão os deputados Guto Silva (PSD), Anibelli Neto (PMDB), Rasca Rodrigues (PV), Delegado Rubens Recalcatti (PSD), Nelson Luersen (PDT), Claudio Palozi (PSC) e Evandro Araújo (PSC). Eles foram unânimes nos pronunciamentos ao reconhecer a necessidade de buscar a resolução para os problemas na unidade de Curitiba e impulsionar a participação dos pequenos e dos agricultores familiares na distribuição de alimentos nas Ceasas do Paraná, lembrando que a Assembleia pode auxiliar neste processo, com o apoio político e até mesmo em iniciativas legislativas.

“Foi um importante debate com os deputados, agricultores, órgãos do Estado, para que a gente possa conhecer um pouco das dificuldades enfrentadas pelos produtores e para que a Casa possa auxiliar e buscar alternativas. A comercialização dos produtos não pode ficar na mão de poucos ou daqueles que possuem maior poder econômico. Acredito que podemos formar uma comissão de deputados para visitar a Ceasa e verificar pessoalmente os problemas”, avaliou Pauliki.

Estiveram presentes ainda o diretor-presidente do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Rubens Ernesto Niederheitmann; o presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Paraná (Fetaep), Ademir Mueller; do presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná, Luiz Antônio de Siqueira Júnior; e a assessora técnica da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Elisangeles Souza.

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