
Debater o papel de grupos de apoio, como Alcoólicos Anônimos (AA), Narcóticos Anônimos (NA), Neuróticos Anônimos (N/A), Al-Anon e Al-Teen e discutir os impactos do consumo de álcool e drogas na vida das pessoas e na sociedade paranaense. Esse é o objetivo da audiência pública “Dando Voz aos Anônimos: Só por Hoje”, que ocorre na próxima terça-feira (16), a partir das 10 horas, no Plenarinho da Casa de Leis.
O encontro é organizado pelo deputado Gilberto Ribeiro (PL) e visa ser um espaço de escuta, reflexão e busca de soluções. “Queremos unir forças entre saúde, famílias, grupos de apoio e poder público para construir caminhos de recuperação, esperança e qualidade de vida para todos”, afirmou. O deputado é autor do Projeto de Lei 634/2025 que reconhece como de relevante interesse público, social e comunitário as irmandades AA, NA, N/A, Al-Anon e Al-Teen no Paraná. “O objetivo é dar mais visibilidade e apoio institucional a grupos que desempenham um papel essencial na recuperação e acolhimento de dependentes e familiares”, justificou.
Estes grupos seguem o princípio do anonimato, que garante sigilo e proteção à identidade de cada participante. Prática, que segundo os organizadores, é a base da confiança que permite que pessoas compartilhem suas histórias sem medo de julgamento ou exposição.
Histórico e dados
O Alcoólicos Anônimos (AA) foi fundado em 1935 nos Estados Unidos e chegou ao Brasil em 1947, no Rio de Janeiro. No Paraná, o primeiro grupo de AA surgiu em 1955, em Curitiba, expandindo-se depois para diversas cidades do estado
O Narcóticos Anônimos (NA) começou nos EUA na década de 1950 e chegou ao Brasil em 1981, com os primeiros encontros realizados em São Paulo e depois em Curitiba. Também fundado nos EUA, em 1964, o Neuróticos Anônimos (N/A) foi implantado no Brasil nos anos 1980, com o objetivo de dar suporte as pessoas com sofrimentos emocionais e compulsões. O Al-Anon, criado em 1951, oferece apoio aos familiares de alcoólicos, e o Al-Teen, ligado ao movimento, reúne adolescentes de até 19 anos que convivem com parentes dependentes.
No Brasil, quase 30 milhões de pessoas têm alguém na família que é dependente químico. De acordo com pesquisas da Organização Mundial de Saúde (OMS), em média, 6% da população brasileira faz uso de algum tipo de droga, sendo dependente químico. Essa porcentagem caracteriza mais de 12 milhões de pessoas. Em 2021, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 400,3 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas e álcool. A OMS reconhece a dependência química como uma doença crônica, que exige tratamento contínuo e adequado.
Participantes
O evento reunirá especialistas, representantes dos grupos e gestores públicos como representando o Alcoólicos Anônimos (AA), a psicóloga do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ/PR), Briza Feitosa Menezes; representando o Narcóticos Anônimos (NA), Lylian Mary Fagundes da Silva; representando os Neuróticos Anônimos (N/A), o psicanalista e pesquisador social, João Aguinaldo Mendonça e representando os grupos Al-Anon e Al-Teen, Marilia Kravetz. E, para falar sobre políticas públicas, programas, ações de saúde, prevenção, reinserção social e combate ao tráfico, o diretor do Departamento de Políticas sobre Drogas de Curitiba, João Eduardo.
Serviço:
Audiência Pública: “Dando Voz aos Anônimos: Só por Hoje”
Dia: 16/09 (terça-feira)
Horário: a partir das 10 horas
Local: Plenarinho Deputado Luiz Gabriel Sampaio