
As oito décadas de luta e resistência do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR), completados no último dia 12 de outubro, foram homenageadas na manhã desta terça-feira (14) pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A cerimônia, realizada no Plenário da Casa de Leis, relembrou a trajetória da entidade, ressaltou desafios para a categoria e distribuiu menções honrosas para mais de 30 profissionais que fizeram história na luta sindical e na imprensa paranaense.
“Os jornalistas cumprem função essencial à democracia e ao acesso à informação fidedigna. Com isso, cada um monta a sua perspectiva sobre a vida. Homenageando o sindicato, queremos reconhecer e valorizar o papel da imprensa”, refletiu o deputado Goura (PDT), organizador e proponente da sessão solene. “O Sindijor faz um trabalho fundamental desde 1945. A Segunda Guerra Mundial teve oficialmente o encerramento em setembro. No dia 12 de outubro, os jornalistas do Paraná fundaram um sindicato importantíssimo, lutando pela democracia, pelo fim do preconceito e pela igualdade”, destacou o deputado Professor Lemos (PT).
A entidade esteve representada na mesa de honra pela sua presidente, a jornalista Aline Reis. “Para nós é uma data de celebração, um dia alegre e uma possibilidade de olhar para o horizonte pensando em mais luta e mais defesa do jornalismo profissional”, frisou. Aline listou as três grandes reivindicações do movimento sindical da categoria, sustentadas nacionalmente pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), como as defesas da exigência de diploma para exercer o jornalismo profissional, do direito de exercer a profissão sem ser agredido e do piso único salarial para a categoria. Ela também citou avanços, como a maior presença de mulheres na diretoria da entidade.
Apesar de elencar conquistas dos jornalistas paranaenses, como o adicional por tempo de serviço e a regulação do estágio, Márcia Raquel, 2ª tesoureira da Fenaj e servidora da Alep, ponderou sobre os desafios atuais da categoria. Baseada na última edição do Relatório de Violência e Liberdade de Imprensa da Fenaj, ela destacou que foram registradas 15 notificações de agressões aos profissionais de imprensa do Paraná em 2024 – quatro a mais que no ano anterior. Eles correspondem a 10,42% de todas as ocorrências nacionais. Além disso, o Estado voltou a ser líder em número de casos na região Sul. “Nós jornalistas, nesse momento histórico que a gente passa, nunca fomos tão necessários e tão maltratados”, refletiu.
Condecorações
A sessão solene homenageou 32 profissionais - jornalistas, repórteres, professores, fotógrafos, assessores jurídicos, dentre outros - que marcaram a história sindical e a imprensa paranaense em todas as regiões do Estado. Dentre os condecorados estão dois profissionais que atuam na Diretoria de Comunicação da Assembleia Legislativa do Paraná: o coordenador de jornalismo Roger Pereira e o fotojornalista Orlando Kissner.
“Se a gente somar todos os anos desse grupo de pessoas, chegaremos a centenas de anos de trabalho dedicado a bem informar a população com muita consciência do valor social da nossa atividade”, elogiou a jornalista Elza Aparecida de Oliveira Filha, que discursou em nome dos homenageados. Filiada há cerca de 50 anos no SindijorPR, ela relembrou que foi a 311ª filiada à entidade. Hoje, 6.060 pessoas já ingressaram no SindijorPR. “A gente consegue demonstrar o quanto essa categoria e essa entidade se expandiram e se fortaleceram nesses cinquenta anos”, complementou a jornalista, hoje professora na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
O advogado André Passos, filho de jornalista e ex-deputado Edésio Passos, representou os homenageados in memoriam, que já partiram. Dentre os condecorados, ele destacou as trajetórias de João de Deus Freitas Neto, que atuou na fundação da entidade e a presidiu ao longo de três gestões, responsável por articular o acordo de comodato que resultou na conquista da Casa de Jornalista, sede instalada no entorno da Praça Carlos Gomes, em Curitiba. Também ressaltou as trajetórias de Luis Geraldo Mazza, profissional que teve grande atuação na greve de jornalistas de 1963; Ayrton Luiz Baptista, presidente da entidade por três gestões; bem como a de seu pai, Edésio Passos, e do jornalista cascavelense Hilmar Adams.
"SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS 80 ANOS DO SINDICATO DE JORNALISTAS PROFISSIONAIS DO PARANÁ"
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