Biomédicos querem fazer parte do quadro do funcionalismo público Projeto de Ricardo Arruda (PSL) que propõe concursos públicos para profissionais da biomedicina foi tema de audiência pública no Plenarinho.

27/05/2019 11h44 | por Trajano Budola
Profissionais e estudantes de biomedicina lotam o plenarinho da Alep em defesa da inclusão da profissão no quadro do Estado.

Profissionais e estudantes de biomedicina lotam o plenarinho da Alep em defesa da inclusão da profissão no quadro do Estado.Créditos: Orlando Kissner/Alep

Profissionais e estudantes de biomedicina lotam o plenarinho da Alep em defesa da inclusão da profissão no quadro do Estado.

A inclusão da profissão de biomédico no quadro de funcionários do Estado do Paraná foi debatida na manhã desta segunda-feira (27) em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Proposto pelo deputado Ricardo Arruda (PSL), o encontro reuniu profissionais e estudantes que aguardam a chance de prestar concurso para a carreira no funcionalismo público. O parlamentar é autor do projeto de lei nº 352/2019 que altera a Lei Estadual 13.666/2002 e pretende incluir a função de biomédico no Quadro Próprio do Poder Executivo do Estado do Paraná.

“Esta lei de 2002 determina quais profissionais estão aptos a ocupar os cargos públicos estaduais. Infelizmente os biomédicos não são contemplados. Fui procurado por representantes da categoria que me apresentaram esta demanda. É uma profissão importante, que atua em várias áreas. Concorrer a vagas públicas é um direito que precisa ser reconhecido”, afirmou Arruda. De acordo com o deputado, um diálogo com o governador Carlos Massa ratinho Junior (PSD) está sendo mantido para que mensagem semelhante seja enviada à Assembleia pelo Poder Executivo.

Segundo Janaina Naumann, presidente do Conselho Regional de Biomedicina – 6ª Região (CRMB 6), a categoria é uma das que mais se destacam na área da saúde. “Porém, na Saúde Pública ainda não estamos totalmente inseridos. Trabalhamos com Saúde Pública, mas sem prestar concursos. Queremos mostrar à sociedade o quanto nossa profissão pode beneficiar a comunidade. O cargo público dará a oportunidade para que, os hoje, estudantes estabeleçam suas carreiras no Estado”, explicou.

Ainda de acordo a presidente, o profissional biomédico tem 35 habilitações em apoio de diagnóstico, principalmente laboratorial. “80% atuam em análises clínicas e 20% nas outras habilitações, como docentes e pesquisadores em instituições de ensino. O Paraná tem hoje 23 cursos de biomedicina, em torno de 10 mil biomédicos, uma categoria que precisa muito ser atendida. O movimento é importante não só pela criação do cargo público, mas pela valorização destes profissionais”, destacou.

Para a vereadora de Curitiba, Maria Leticia (PV), o município tem dez vagas para biomédicos, ofertadas pela Fundação Estatal de Atenção em Saúde de Curitiba (Feaes). “É uma administração indireta do município que, através de concurso público, contrata profissionais. Esta foi a primeira grande conquista em Curitiba e será, futuramente, no Paraná todo. Há, sem dúvida, espaço para a biomedicina na área de saúde”, afirmou a parlamentar que apresentou a demanda à Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Participaram da audiência pública ainda: Bruna Theodoro, representante das delegacias do CRMB 6; Wallyd Kalluf Koury, representando os profissionais biomédicos do Paraná; Leomar Zeferino de Almeida, do Sindicato dos Biomédicos do Paraná; Franciele Bona Verzeletti, coordenadora de Biomedicina do Hospital Pequeno Príncipe; Willian Felipe Hadiak Amálio de Sousa, coordenador de Biomedicina da Uniandrade; Juliana da Silveira Schauren, coordenadora de Biomedicina da Universidade Tuiuti do Paraná; e Thiago Branco, representante dos acadêmicos de Biomedicina.

Expectativa – Alunos dos cursos de Biomedicina paranaenses participaram da audiência pública de olho em uma nova frente de atuação para suas carreiras. Para Stephany Nascimento da Luz, estudante das Faculdades Pequeno Príncipe, “é muito importante para o profissional estar inserido neste processo. Espero poder prestar concurso ao me formar. Estar no quadro público ajuda ainda a tornar nossa profissão mais conhecida, com reconhecimento do nosso trabalho”, afirmou.

Para Beatriz Toledo Nogueira, também acadêmica das Faculdades Pequeno Príncipe, a abertura de concursos públicos, além de garantir mais vagas no mercado de trabalho para os profissionais, significa a valorização de suas carreiras “como qualquer outra profissão da área da saúde. É gratificante ver que muito estudantes estão apoiando esta causa”, destacou em alusão à presença de colegas que lotaram o Plenarinho para a audiência pública.

O aluno do Unibrasil, Diego Chalamay, avalia a proposta do deputado Ricardo Arruda como a oportunidade para muitos profissionais que já estão formados ou que se formam nas turmas atuais ingressarem no mercado de trabalho. “Acredito que para o futuro do biomédico é de grande importância. Muitos profissionais vêm se formando e o mercado se afunila para eles. É fundamental conquistar novos espaços”, explicou.

Profissão – De acordo com a Lei federal 6.684/1979, que regulamenta a profissão, ao biomédico compete atuar em equipes de saúde, em nível tecnológico, nas atividades complementares de diagnósticos, realizando análises físico-químicas e microbiológicas de interesse para o saneamento do meio ambiente; realizando serviços de radiografia, excluída a interpretação; atuando, sob supervisão médica, em serviços de hemoterapia, de radiodiagnóstico e de outros para os quais esteja legalmente habilitado; além de planejar e executar pesquisas científicas em instituições públicas e privadas, na área de sua especialidade profissional.

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