Comissão da Mulher da Assembleia promove amplo debate sobre a violência contra a mulher

25/03/2019 16h01 | por Cláudia Ribeiro
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Um pedido de informações à Secretaria Estadual da Educação, questionando como está sendo enfatizada a questão da violência contra mulher nos currículos escolares; Uma indicação do Poder Legislativo, por meio da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, para que sejam disponibilizados, pela  Secretaria de Segurança, postos do IML dentro das delegacias da mulher: e, no caso das delegacias comuns, que sejam colocados profissionais aptos para atender somente às mulheres e implementação de mais casas de acolhimento à mulher vítima de violência no interior do Paraná.   Esses foram alguns dos encaminhamentos anunciados após a audiência pública ““Violência contra a mulher: conquistas e desafios”, que aconteceu na manhã desta segunda-feira (25) no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

 O evento faz parte das ações que acontecem durante todo o mês de março, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. A iniciativa do debate partiu da deputada Cantora Mara Lima (PSC), que preside na Casa a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Segundo a parlamentar, que revelou, no início do debate, que ela própria sofreu violência física do pai, da infância à adolescência, a audiência serviu para que toda a rede que atua nessa questão pudesse participar e apontar caminhos.

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Relatos de especialistas marcaram o debate e serviram como uma reflexão para as autoridades, afinal, os números da violência contra a mulher não param de crescer no Brasil e no Paraná, que voltou a figurar entre os estados campeões em casos.  Segundo o Instituto Avance, que atua com pesquisas e ações de transparência, uma mulher é morta por hora no Brasil.  80%   dos casos de violência contra a mulher ocorrem a partir de pessoas conhecidas. Um outro levantamento, encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou que quase 30% das brasileiras já sofreram algum tipo de violência e 40% desses casos foram dentro de casa.

 Entre as palestrantes, estavam a psicóloga da Delegacia da Mulher de Curitiba, Rosangela Hass Gomes, Bruna Isabelle Simioni Silva, professora do curso de  Direito do Centro Universitário Internacional Uninter; Sandra Prado, coordenadora da Casa da Mulher Brasileira;  Maria Isabel Corrêa,  coordenadora do Conselho Estadual da Mulher,  Eliana Tavares Paes Lopes, coordenadora do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública do Paraná e Helena de Souza Rocha, presidente da Comissão de Estudos sobre Violência de Gênero da OAB/PR. Para ela, é dever das instituições acompanhar e sugerir soluções para o enfrentamento à violência.

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  Elas trataram de temas em torno das políticas públicas que proporcionem autonomia financeira para a mulher agredida. Atendimento humanizado para as vítimas, medidas para a superação da violência sofrida. Explicaram os tipos de agressões, que incluem, além da violência física, a patrimonial e a psicológica. Lembraram que a medida protetiva é eficaz, que a lei Maria da Penha é uma das mais avançadas do mundo e que é preciso atuar na raiz do problema, fortalecendo a rede que atua na prevenção: os Caps e Creas, por exemplo.   Sugeriram amparo para a mulher sair da situação de violência e prioridade a alunos que são de famílias vítimas de violência. Projetos da deputada Cristina Silvestri (PPS), têm sido nessa linha, como ela destaca.

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A audiência contou ainda com a participação dos deputados Soldado Adriano José (PV), Delegado Recalcati (PSD), Delegado Jacovós (PR), Delegado Fernando (PSL), Luciana Rafagnin (PT) e  Mabel Canto (PSC). Para Luciana, é preciso que se implantem mais casas de apoio e delegacias no interior para proteger as mulheres dessa região. Principalmente as negras e as agricultoras, que se calam diante da violência.    

 Mabel Canto, trouxe números de casos da região dos Campos Gerais, onde, segundo ela, só na Delegacia da Mulher de Ponta Grossa, existem mais de sete mil processos em andamento. Ela diz que é preciso descobrir onde o Estado está falhando.

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Delegado Fernando, que também é membro da Comissão, afirmou que falta estrutura nas forças de segurança do Estado. E que casos como de violência contra a mulher devem ser tratados com prioridade pelo Governo. Na capital e no interior.

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Sandra Prado, coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, falou do trabalho da instituição, que surgiu em 2016, funcionando 24 horas por dia, e já atendeu 29 mil mulheres com apoio de ordem multidisciplinar. Ela acredita que debates como o que aconteceu na Assembleia Legislativa são fundamentais para que mais mulheres denunciem e possam “virar a página”, mote de uma campanha da entidade,

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