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Deputado Fernando Carli Filho (psb)

O deputado estadual Fernando Carli Filho (PSB) oficiou o governo do Paraná, através das Secretarias de Estado da Saúde e da Agricultura, para que se pronuncie com esclarecimentos públicos sobre a “gripe suína”. A preocupação do parlamentar, que já havia se manifestado ontem, aumentou agora com as notícias de que está subindo o nível de alerta nos Estados Unidos e México, onde a doença começou, e o aumento de casos suspeitos no Brasil e, em especial, no Paraná. Segundo ele, o objetivo é evitar informações desencontradas, para neutralizar pânico entre a população, protegê-la na hipótese de uma disseminação do vírus e, também, orientações quanto ao consumo de carne suína.O parlamentar designou sua assessoria para fazer contatos com os suinocultores, que estão promovendo uma campanha para mudar o nome da doença para “gripe mexicana” ou “gripe norte-americana”, já que não há nenhuma comprovação de que as pessoas infectadas tenham contraído o vírus dos animais. “O que sabemos é que houve uma mutação genética do vírus e, que, em tese, não há nenhum problema em consumir a carne suína. Mas quem deve dar essas explicações técnicas são as autoridades sanitárias, daí por que estamos propondo que os órgãos de governo se pronunciem oficialmente”, explicou.Até a tarde desta quarta-feira, haviam sido descartadas três das quatro suspeitas de contaminação no Paraná. A quarta pessoa continua isolada sob avaliação médica. Fernando Carli Filho disse que, a julgar pelos últimos informes no Paraná, não há motivos para alardes, o que não dispensa ações preventivas por parte do governo.PERDAS NA SUINOCULTURA“As espantosas notícias de contaminação por ‘febre suína’ que correm o mundo, e chegam até o Paraná através de casos ainda sob suspeita, servem para nos deixar em alerta ante os cuidados e precauções que devemos adotar com nossa população”, afirma Fernando Carli Filho, em correspondência endereçada ao governo. “Além de nos mantermos vigilantes para o bem-estar do povo paranaense, evitando o quanto possível o surgimento ou alastramento da doença, preocupa-me, sobremaneira, que a suinocultura não sofra injustamente por falta de informação adequada”, acrescenta ele.Entre os suinocultores, segundo o deputado, é crescente o medo de prejuízos irrecuperáveis com a queda abrupta no consumo e nas exportações. “Os Estados Unidos e o México são exportadores, o que à primeira vista poderia representar aumento de vendas entre países como o Brasil, que estão livres da epidemia. A médio prazo, porém, a tendência é de que a população crie resistência ao consumo de carne suína, caso não haja os devidos esclarecimentos”, observou ele.“PELO BEM-ESTAR DO POVO PARANAENSE”A íntegra da correspondência enviada às Secretarias de Estado da Saúde e da Agricultura do Paraná:As espantosas notícias de contaminação por “febre suína” que correm o mundo, e chegam até o Paraná através de casos ainda sob suspeita, servem para nos deixar em alerta ante os cuidados e precauções que devemos adotar com nossa população. É com esse intuito que me dirijo à Vossa Senhoria, no sentido de propor uma ampla campanha de esclarecimento público a respeito da doença, o nível de alerta que nos encontramos no Brasil e, em particular, no Paraná, as medidas preventivas que estão sendo tomadas pelo governo e as que podem ser adotadas pela população.Além de nos mantermos vigilantes para o bem-estar do povo paranaense, evitando o quanto possível o surgimento ou alastramento da doença, preocupa-me, sobremaneira, que a suinocultura não sofra injustamente por falta de informação adequada. Recebi documento da Associação de Suinocultores, reproduzindo nota oficial da Organização Internacional de Epizootias (OIE), cuja íntegra reproduzo mais abaixo, contestando a relação direta que está se fazendo entre o vírus e os suínos.De acordo com a informação, “é errado denominar a doença de ‘gripe suína’, uma vez que não foi notificado nenhum caso de contaminação de suínos com o tipo de vírus responsável, que é um tipo recombinante de gripe humana, de aves e de suínos”. A mesma fonte assegura que “não há relatos de que as pessoas contaminadas tenham adquirido a enfermidade de suínos. Na realidade, consta que as pessoas contaminadas até agora, no México e nos Estados Unidos não tiveram contato com suínos”. Na condição de Parlamentar, é minha responsabilidade e dever ampliar o leque de informações que venham a proteger nossa população. Sem esclarecimentos oficiais, a desinformação ganha força e o risco de prejuízos, tanto à saúde popular como à economia estadual, acaba sendo potencializado. Nunca é demais ressaltar que a suinocultura é importante para o Paraná, inclusive como atividade de exportação, assim como a carne de porco faz parte da dieta alimentar usual dos paranaenses. Não é justo que nenhum setor seja penalizado por falta de esclarecimento.Coloco-me à disposição para auxiliar no que for possível.Atenciosamente,Fernando Carli FilhoDeputado Estadual/PSB“ATÉ O MOMENTO, O VÍRUS NÃO FOI ISOLADO EM ANIMAIS”Íntegra da nota oficial da Organização Internacional de Epizootias (OIE):Paris, 27 de abril de 2009 - Um vírus circulante no México e nos EUA e que envolve transmissão pessoa-a-pessoa parece causar doença grave em algumas pessoas infectadas. Não existem evidências de que este vírus seja transmitido por alimentos. Não é o vírus clássico da influenza humana denominada influenza ou gripe sazonal, que causa milhões de casos de gripe por ano em todo o mundo, mas um vírus que inclui em suas características componentes dos vírus da influenza suína, aviária e humana. Quaisquer relatos de doenças semelhantes à influenza em animais no México e nos EUA poderiam confirmar uma relação entre os casos humanos e possíveis casos em animais, inclusive em suínos. Até o momento, este vírus não foi isolado de animais. Portanto, não se justifica denominar esta doença de influenza suína. No passado, muitas epidemias de influenza humana de origem animal foram denominadas a partir de sua origem geográfica como, por exemplo, a Gripe Espanhola ou Gripe Asiática. Desta forma, seria lógico denominar esta doença de “Gripe ou Influenza Norte-Americana”. Pesquisas científicas devem ser urgentemente conduzidas para identificar o grau de suscetibilidade de animais a este novo vírus e, caso seja relevante, instituir medidas de biossegurança, inclusive possível vacinação para a proteção de animais suscetíveis. Caso fosse demonstrado que este vírus pode causar doença em animais, a circulação deste vírus poderia complicar a situação regional e global em termos de proteção da saúde pública. Atualmente, somente a comprovação de dados relacionados à circulação deste vírus em zonas de produção de suínos em países que apresentassem casos humanos poderia justificar medidas comerciais de restrição da importação de suínos destes países. A OIE continuará exercendo seu papel de monitoramento e se compromete a publicar imediatamente todas as informações apropriadas, divulgando-as aos países membros, laboratórios de referência e centros colaboradores. OIE e FAO enfatizam o grande valor da rede de laboratórios veterinários de controle de influenza denominada OFFLU, responsável pela vigilância da evolução dos vírus da influenza em animais. Existe a necessidade de reforçar esta rede, cujos membros são solicitados a divulgar imediatamente em domínio público qualquer seqüência genética de vírus da influenza que venham a obter. Este evento de influenza ressalta mais uma vez, para todos os países, a importância crucial da manutenção de serviços veterinários mundiais capazes de implementar medidas de detecção precoce de patógenos emergentes relevantes em animais com potencial impacto para a saúde pública. Esta capacidade está plenamente ligada à boa governança dos serviços veterinários e sua conformidade com as normas internacionais de qualidade prescritas pela OIE. Abril de 2009
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