O deputado Dobrandino da Silva (PMDB), líder do Governo na Assembléia Legislativa, voltou a responsabilizar o governo federal pela grave situação na fronteira entre Foz do Iguaçu (Brasil) e Ciudad del Este (Paraguai). A Receita Federal intensificou, nos últimos seis anos, a fiscalização nas mercadorias compradas no Paraguai e desde então uma parcela considerável de moradores das duas cidades ficou sem nenhuma ocupação e renda, agravando a tensão social e o quadro de miséria e de violência na fronteira entre os dois países.“Há tempos venho alertando sobre os problemas relacionados na fronteira. O governo brasileiro até agora não ofereceu nenhum contrapartida para esses milhares de trabalhadores brasileiros que ficaram sem sustento para às suas famílias. Agora a crise saiu do contexto social e se tornou um problema oficial porque as autoridades dos dois países não se entendem e a Ponte da Amizade, em vez de unir, vem sendo fechada nos dois lados da fronteira”, disse Dobrandino.Propostas - O deputado estadual fez questão de frisar que várias propostas já foram encaminhadas ao governo federal. Dobrandino cita desde a criação de um regime de exceção de 10 anos na cobrança de impostos federais, da criação de um fundo de desenvolvimento econômico, a criação de frentes de trabalhos, a instalação de centro de recepção aos brasiguaios e de outras medidas que atenuem o quadro de miséria, violência e tensão social em que vivem as cidades na fronteira.“A situação na fronteira é muito pior do que o noticiado pela imprensa. Medidas urgentes devem ser tomadas para enfrentar o caos que toma conta da região. Não sou a favor de contrabando, nem contra a repressão, mas as autoridades dos dois países precisam se voltar para questões mais graves, como o combate ao tráfico de drogas e de armas”, disse. Tensão social - Dobrandino destaca ainda a situação dos agricultores brasileiros que estão sendo ameaçados de expulsão pelo governo paraguaio. “Cerca de 350 mil agricultores investem naquele país e compram milhões de reais em maquinários e suprimentos agrícolas fabricados no Brasil. Caso haja expulsão, os prejuízos serão enormes e quem vai perder é o Brasil. É necessário que o governo federal tome uma atitude urgente e olhe para nossos conterrâneos que estão no Paraguai”, pontua.O parlamentar também quer mais atenção para os cerca de dois mil brasileiros que trabalham em Ciudad Del Este, também ameaçados de expulsão. Eles podem perder seus empregos, devido à crise desencadeada na fronteira.“Vários comerciantes estão fechando as portas, enfrentando dificuldades. O medo tomou conta da região. O governo federal tem a obrigação de olhar por essas pessoas”.O deputado disse ainda que o aumento da cota para U$ 300 das compras em Ciudad del Este, a única medida tomada pelo governo federal, ajudou o comércio, mas está longe de contribuir na solução dos problemas na fronteira entre Brasil e Paraguai. “É uma medida que atende comerciantes e compradores em Ciudad Del Este, que reivindicam uma cota maior, no caso U$ 500, mas não basta. É preciso que as autoridades se voltem para vários problemas que os brasileiros vêm enfrentando na fronteira. A questão é muito grave. Há alguns dias, centenas foram expulsos do Paraguai e estão sem emprego. Aguardamos solução”, disse.Zé Beto MacielLiderança do GovernoAssembléia Legislativa do Paraná41-33504191/45-9103-8177h2foz@hotmail.com – zbm@fnn.net