Exposição “Poty retrata o Paraná” é aberta oficialmente na Assembleia Legislativa

Permitir que a população se enxergue nas obras de arte e compreenda os diferentes ciclos econômicos do Estado está no cerne da exposição “Poty retrata o Paraná”, aberta na tarde desta terça-feira (21) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Ao todo, 50 obras do icônico artista curitibano permanecerão na Casa de Leis até o dia 31 de março de 2026. A mostra acontece graças a uma parceria inédita entre o Legislativo e o Museu Oscar Niemeyer (MON).

Uma cerimônia que reuniu representantes da Assembleia, do MON, da Câmara Municipal de Curitiba e da Secretaria de Cultura do Estado do Paraná marcou a abertura da exposição.

A mostra ocorre em um momento em que a Alep trabalha na restauração de seu acervo próprio de obras do autor, que decoram espaços como o Salão Nobre e o Plenário, explicou o presidente Alexandre Curi (PSD). “Para nós, a presença do Poty é muito simbólica e poderosa. O dia de hoje é o dia em que a Assembleia abre as portas de forma definitiva para a cultura e para a história", ressaltou Curi. "Poty é um narrador visual da vida paranaense”, complementou.

“A Assembleia Legislativa representa o povo e políticos de todo o Estado que passam por aqui. Achamos conveniente mostrar elementos que representem o universo dessas pessoas”, explicou o historiador Ricardo Freire, integrante do Núcleo Curatorial do MON. Ele foi responsável pela seleção das obras a serem exibidas entre as mais de quatro mil que integram o acervo permanente do Museu.

As peças artísticas revelam uma linha cronológica da formação do Paraná, com a presença de indígenas, tropeiros e imigrantes europeus, e suas diferentes atividades ao longo do tempo — como a produção da erva-mate, o cultivo do café, a extração da madeira e o desenvolvimento da indústria. Diferentes técnicas e suportes são utilizados nas obras, como nanquim, litogravura, carvão e concreto.

“É para que as pessoas se identifiquem e sintam cada vez mais a arte próxima de si”, reforçou Juliana Vosnika, diretora-presidente do MON. A gestora elogiou o ineditismo da parceria entre a instituição e o Legislativo. “O nosso objetivo é cada vez mais extrapolar as paredes do Museu e democratizar a arte”, complementou Luciana Casagrande Pereira, secretária de Estado da Cultura do Paraná (Seec). “Chegar à Assembleia é realmente muito especial. É uma vitória para o MON estar presente aqui.”

O diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná, Wellington Dalmaz, destacou o esforço conjunto entre os diferentes setores do Legislativo para tornar a exposição possível. “Hoje não há uma região do Estado que não seja representada por Poty Lazarotto. Para nós, é uma grande honra tê-lo conosco.”

Termo de cooperação

Um termo de cooperação foi firmado entre a Assembleia Legislativa e a Associação dos Amigos do Museu Oscar Niemeyer (AAMON). O objetivo é promover ações culturais conjuntas e ampliar o acesso da população à arte e à cultura paranaense. Assinaram o documento o deputado Alexandre Curi, Colmar Chinasso Filho, diretor administrativo e financeiro da AAMON, e o diretor Wellington Dalmaz. Luciana Casagrande Pereira e a vereadora de Curitiba Rafaela Lupion (PSD) assinaram o termo como testemunhas.

A parceria entre as instituições prevê a realização de ações culturais, exposições itinerantes e empréstimos de obras pertencentes ao acervo do Museu Oscar Niemeyer (MON), administrado pela AAMON, com o intuito de valorizar a arte e a cultura paranaense em espaços públicos do Legislativo. A primeira ação é justamente a exposição “Poty retrata o Paraná”.

Pelo acordo, a AAMON é responsável por fornecer o suporte técnico necessário à montagem e desmontagem das exposições, realizar o empréstimo das obras, elaborar os materiais gráficos e conduzir a curadoria das mostras. Já à Assembleia Legislativa caberá a cessão do espaço expositivo, a segurança e a conservação das obras, além do apoio à divulgação das ações culturais realizadas em parceria com o Museu. O termo tem vigência de 12 meses, podendo ser prorrogado por igual período. O documento também estabelece que não haverá repasse de recursos entre as partes, caracterizando uma cooperação sem ônus financeiro.