O líder da Oposição, deputado Élio Rusch (DEM), foi pego de surpresa com a declaração do governador Requião de que o aumento salarial dos servidores estaduais não será concedido no mês de maio, database da categoria.“A desculpa é de que houve demora na votação. Não posso concordar com essa declaração. O governador que não venha com desculpas levianas. Se quisesse teria sim condições de conceder a reposição salarial”, disse Rusch.O deputado lembrou ainda que o projeto, votado na Assembleia, não previa data para o reajuste e que uma emenda da bancada da Oposição que determinava uma data para a aplicação foi derrubada pela base governista.“Quando apresentamos a emenda que definia que o reajuste deveria ser pago retroativo ao mês de maio fomos chamados de demagogos. O governo que seja honesto e diga aos servidores que não vai pagar porque não quer. O sistema é informatizado e em poucas horas é possível implantar o aumento”, declarou. “Se a folha de pagamento já tivesse sido emitida, poderia fazer uma complementar ou então pagar retroativo juntamente com a folha de junho. Isso se for pagar o reajuste a todos os servidores em junho, pois a lei não dá essa garantia”, ironizou.Rusch questionou ainda o que o governo irá fazer com os cerca de R$ 35 milhões que deixarão de ser usados com o não pagamento da folha.“Será que o governo irá usar este dinheiro para liberar recursos aos municípios daqueles deputados que votaram favoráveis aos apenas 6%?”, questionou. O líder oposicionista ressaltou que o projeto seguiu o trâmite normal e desde o protocolo do Executivo até a aprovação da matéria foram apenas três semanas. “Essa justificativa do governador de não pagar por culpa das emendas dos deputados é para enganar a população, não cola. Não houve atraso na votação. Porque o governo não enviou o projeto com antecedência, junto com o salário mínimo regional?”, cobrou. “Creio que nenhum funcionário público vai acreditar nessa desculpa dada pelo governador. Ele que aja com coerência e respeite a database dos servidores que é em maio”, concluiu.