Buscar no Portal ALEP
Filtrar resultados

Liderança do Pmdb

Transgênico e os riscos para a agricultura(*) Waldyr Pugliesi Quando as experiências com transgenia saíram dos laboratórios para as lavouras de todo mundo, foi criado um conceito de que os grãos transgênicos seriam a solução para acabar com a fome de todos os povos, em especial do continente africano. Porém, os últimos acontecimentos e o controle exclusivo de multinacionais sobre estas sementes modificadas geneticamente, vem provando que as coisas não são exatamente como tentaram nos fazer crer nestes anos. Hoje existem muitos países, principalmente europeus, que não aceitam este tipo de grãos, nem mesmo para a produção de ração para o gado. Nos últimos dias a imprensa nacional publicou reportagens informando da existência de indícios que a soja transgênica está contaminando a produção de lavoura convencional no Paraná. Esta constatação está trazendo prejuízos aos produtores do nosso Estado. Mas isso não é tudo, além de pagar royalties a contragosto para empresa que detém o monopólio da tecnologia na região, alguns produtores tiveram o contrato cancelado por parte dos compradores que preferem o grão convencional. No Paraná, algumas cooperativas dão prêmios – em média de R$ 2,00 – para cada saco de soja convencional que é entregue. Este fato fez com que muitos agricultores optassem pelo cultivo de grãos da maneira antiga. Porém, o manejo inadequado das sementes ou mesmo da lavoura podem provocar a contaminação do tipo convencional por meio da poeira de grãos transgênicos, alertam técnicos agrícolas. É bom frisar que a contaminação das lavouras é decorrente do manejo inadequado das sementes na hora do plantio, da colheita ou no transporte. Esta constatação só veio a tona após o término da colheita e os testes realizados nos grãos no momento da entrega nas empresas compradoras. Técnicos agrícolas informam que a falta de limpeza nas máquinas e no processo de beneficiamento é que provocou este contágio, vamos dizer assim. Só que esta descoberta nos leva a uma previsão mais agravante, que em pouco tempo não haverá mais soja convencional no Paraná. Agora, o que parecia a grande inovação para a agricultura, de repente pode se transformar num grande empecilho da lavoura. Os transgênicos precisam de credenciamento para comercialização, enquanto as sementes convencionais ficam expostas a uma fiscalização deficitária, que deveria ser feita pelo Ministério da Agricultura, resultando em prejuízos aos nossos agricultores. Do jeito que as coisas estão, está ficando economicamente inviável a produção de sementes separadas. As autoridades responsáveis pela fiscalização precisam criar mecanismos, como um processo de certificação eficiente para agregar valor à agricultura nacional. Não quero, com esta manifestação, condenar o cultivo de transgênicos, mas é preciso saber separar o joio do trigo para todos conviver de forma harmoniosa. Na minha avaliação, o Paraná e o Brasil precisam investir cada vez mais na agricultura familiar, baseada na diversificação de culturas e que é uma das principais fontes de alimentos do país. Para se ter uma idéia, em nosso Estado existem aproximadamente 372 mil propriedades rurais, destas 342 mil têm menos de 50 hectares, ou seja, são classificadas como pequenas ou médias propriedades, em geral tocadas por famílias de agricultores.(*) Waldyr Pugliesi é deputado estadual, líder do PMDB na Assembléia Legislativa e presidente do Diretório Estadual do PMDB (www.waldyrpugliesi.com.br – e-mail waldyr@waldyrpugliesi.com.br)
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná © 2019 | Desenvolvido pela Diretoria de Comunicação