Sem uma política de planejamento estratégico levando em conta os problemas comuns de cada município abrigado na malha de integração da Região Metropolitana de Curitiba, o projeto de implantação do metrô em Curitiba, na forma como está proposto, não beneficiará a população da Capital e cidades vizinhas. As linhas curtas, cobrindo apenas parte da malha viária da capital, obrigarão a cobrança de tarifas injustas para a população. A opinião é do deputado estadual, professor Luizão Goulart, do PT, ao analisar que “há excesso de intervencionismo da Urbs, empresa pública da prefeitura de Curitiba, nos municípios da RMC na imposição de sua política de transporte. “Em contrapartida, quando se trata de discutir projetos estratégicos, como a política tarifária, a exploração dos terminais de ônibus, e até mesmo a implantação do metrô, por exemplo, estas cidades, apesar de serem as mais interessadas no processo, são simplesmente esquecidas”. Segundo o deputado, a linha verde - que está em fase de implantação - é um caso típico da falta de planejamento: “a linha poderia se estender até o município de Fazenda Rio Grande, aproveitando o traçado da antiga BR 116, facilitando o acesso dos usuários, mas isto não foi planejado pela prefeitura de Curitiba”.Para ele, “os mais de 30 projetos apresentados, ao longo dos últimos 37 anos, pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba-IPPUC – 1970 com os eixos estruturais; 1985, com ônibus elétricos; 1990, com o de veículos leves sobre trilhos; e em 2007, com o metrô – nenhum estudo levou em conta a participação dos municípios metropolitanos na discussão e encaminhamento das propostas”.O deputado Luizão afirma ainda que se “não for levado a sério está ligação orgânica dos municípios da RM entre si e, principalmente, com a capital, não haverá avanço na melhoria da qualidade do trânsito, nem na política tarifária e, tão pouco, nos demais programas de infra-estrutura e de demandas sociais”. O deputado petista avalia que “o intervencionismo da Prefeitura de Curitiba na política de transporte da Região Metropolitana, ao longo das últimas décadas, fere a autonomia dos municípios envolvidos, inviabiliza a implantação de novos projetos (como o metrô) penaliza a população com tarifas injustas e, por fim, disponibiliza um serviço de transporte que não atende as necessidades dos usuários da Região Metropolitana”.