O aumento das passagens de ônibus em Curitiba é debatido na Assembleia Por proposição do líder da Oposição na Casa, deputado Requião Filho (PT), o tema foi discutido com empresários e estudantes.

20/03/2023 16h43 | por Antônio Dilay
Encontro aconteceu na manhã desta segunda-feira (20), no Plenarinho da Casa.

Encontro aconteceu na manhã desta segunda-feira (20), no Plenarinho da Casa.Créditos: Valdir Amaral/Alep

Encontro aconteceu na manhã desta segunda-feira (20), no Plenarinho da Casa.

O impacto do aumento da passagem de ônibus em Curitiba para R$ 6 representa um aumento equivale a 9,09%, valor acima da inflação acumulada de 5,77% registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com este aumento, o preço é o mesmo cobrado em Florianópolis e Porto Velho. No entanto, nas capitais catarinense e rondoniense, são aplicados descontos de 17% a 25% para quem paga com cartão-transporte. Com isso, Curitiba passou a ser a capital com a maior tarifa de transporte coletivo do país.

Para o deputado Requião Filho (PT), “a ideia da audiência pública foi contestar todo contrato da prefeitura com as atuais empresas de transporte coletivo porque estes contratos. Então a ideia aqui é discutir o impacto que este aumento absurdo teve e buscar ter mais transparência nisso”.

“Nós somos a favor da transparência e da revisão destes contratos. As principais consequências são o aumento de custos para empresários, a dificuldade de alunos chegarem nas aulas, a dificuldade do curitibano em se locomover numa cidade que já teve um dos transportes públicos mais modernos do Brasil e mais baratos, e hoje temos uma frota maltratada, que não permite ao usuário a comodidade e a segurança que deveria existir para o usuário do transporte coletivo”, concluiu Requião Filho.

Participaram da Audiência os empresários Felipe Moreira Petri e Fredy Santos Ferreira e o professor da UFPR, doutor em Desenvolvimento Econômico-UFPR e conselheiro titular do Conselho da cidade de Curitiba (Concitiba), Lafaiete Neves. Além do deputado federal Tadeu Veneri (PT), o evento contou com a participação de representantes dos deputados Goura (PDT) e Ana Julia (PT), representantes a classe estudantil e de sindicatos.

O empresário, engenheiro de produção e chef de cozinha, Felipe Moreira Petri disse que o empresariado, seja do comércio, seja do setor de serviços, entende que há um custo e é preciso fazer correções no valor da tarifa, mas que este aumento veio da noite para o dia e que não foram apresentadas as justificativas a contento. “Para cada 50 centavos de aumento na tarifa, temos uma absorção pelo concessionário do transporte público de R$ 20 milhões de reais por mês, que são retirados do comércio e do setor de serviços, além disso, quando encarece demais a passagem, acaba impedindo a pessoa do seu direito de ir e vir”, explicou Petri.

Outra preocupação de Petri é sobre o impacto na folha de pagamento de funcionários que “representa em torno de R$ 500/mês na folha de pagamento de cada funcionário e isso é quase meio salário mínimo”, concluiu.

O professor Lafaiete Neves disse que já vem acompanhando a questão do transporte coletivo em Curitiba há muito tempo que “na verdade o aumento de R$ 6 é o que chega no usuário final, mas o que é repassado para o concessionário do serviço é de R$ 7,05 (a tarifa técnica)”.

“O maior problema do modelo de contrato adotado por Curitiba é a tarifa baseada no IPK (Índice de Passageiros por Quilômetro) e nos custos dos insumos para a operação do transporte coletivo. O IPK não é transparente, por haver manipulação no número de passageiros, se a tarifa é a divisão do custo total dividido pelo número de passageiros basta diminuir o número de passageiros para aumentar a tarifa. O correto seria celebrar estes contratos com as concessionárias por quilômetro rodado, isso seria mais real e poderia até abaixar o valor da tarifa”, sentenciou o professor Lafaiete.

 

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