A compra da UEG Araucária pelo governo gerou forte debate ontem na Assembléia. O deputado Plauto Miró Guimarães (PFL) pediu ontem investigações sobre a transação, que vai custar aos cofres do Paraná US$ 190 milhões. A termelétrica foi construida no governo passado, através de um consórcio entre o grupo americano El Paso e a Copel.Plauto lembrou que o governador Requião falava, no começo do mandato, para quem quisesse ouvir, que aquela usina era uma bomba atômica, que poderia explodir na hora que ligasse. “Pois bem: agora o mesmo governador Requião manda uma mensagem para esta Casa para comprar a usina que foi chamada de bomba atômica. O que mudou?”, indagou o pefelista.Em aparte, o deputado Tadeu Veneri (PT) lembrou, que a CPI da Copel aconselhou a compra da usina, em 2003 por cerca de US$ 60 milhões, mas houve entendimento para que não fosse feita a compra porque a usina poderia derrubar todo o sistema. Além disso ele citou a questão do combustível, já que o gás da Bolívia não seria adequado.Veneri também sugeriu que sejam feitas audiências públicas para discutir estes problemas. “Esta Casa não pode votar nada sem ouvir as pessoas que mudaram radicalmente de posição”, disse o petista.A propósito da CPI da Copel, Plauto lembrou que para tentar abafar o trabalho da comissão, o governador mandou distribuir uma cartilha dizendo que usina ia explodir. “Não temos condições de votar de olhos vendando, autorizando o governador a comprar a bomba atômica por US$ 190 milhões, que ele mesmo tanto criticou”, disse Plauto.Para o líder do PFL, “tem lingüiça embaixo dessa farofa. Temos que investigar. Está cheirando mal. E novamente a Copel é envolvida. Precisamos nos aprofundar nesse assunto”, sugeriu.Em aparte, o deputado Neivo Beraldin (PDT), presidente da Comissão de Controle e Fiscalização da Assembléia, disse que vai convocar na próxima terça-feira, 25, os diretores da Copel e todos os envolvidos para uma audiência pública sobre a UEG Araucária. Será o início dos debates sobre a proposta de compra da usina.Liderança da OposiçãoFone: 3350-4193Miguel Ângelo