Cinco candidatos à Presidência da República foram as grandes atrações da XXII Conferência Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais em Gramado (RS), promovida pela União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale). Os presidenciáveis Álvaro Dias (Podemos-PR), Ciro Gomes (PDT-CE), Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), Henrique Meirelles (PMDB-GO) e Guilherme Boulos (PSOL-SP), debateram no painel “Panorama político nacional”, na tarde desta quinta-feira (10), com a presença de centenas de deputados estaduais de todo o Brasil. Cada candidato falou por dez minutos e depois respondeu a perguntas com tempo de três minutos, para cada resposta.
E mais uma vez os deputados estaduais do Paraná estavam na plateia da Conferência, atentos para as propostas dos candidatos que prometem mudar o país: o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSDB); o vice-presidente da Unale, Ademir Bier (PSD); e os deputados Adelino Ribeiro (PRP), Artagão Júnior (PSB), Nelson Luersen (PDT) e Anibelli Neto (PMDB). O deputado Anibelli Neto disse que ficou particularmente impressionado com a qualidade do debate e das propostas apresentadas, acrescentando que “aqui pode estar realmente o futuro presidente da República”.
A primeira a falar foi a candidata gaúcha Manuela D’Ávila, que disse que alguns temas como o da segurança pública devem ser enfrentados em conjunto com a União. “Claro que a segurança deve continuar sob responsabilidade dos estados, mas este e outros temas não têm solução sem a participação do governo federal, juntamente com estados e municípios”.
Ainda no tema da segurança pública o goiano Henrique Meirelles disse que alguns estados hoje só têm 20% da força policial necessária. “É preciso retomar a economia para ter recursos para reequipar as polícias dos estados, com novas viaturas, equipamentos, treinamento e motivação. E aumentar a segurança nas fronteiras, com negociações com países vizinhos para bloquear o contrabando e o tráfico de drogas e de armas pesadas”, disse.
O paranaense Álvaro Dias disse, por sua vez, que “a República faleceu, com o agravamento da miséria, da corrupção e da insegurança pública”. Segundo ele, esta é a mais importante eleição desde a redemocratização do país, e defendeu mudanças na política para o que chamou de “refundação da República”.
Já o cearense Ciro Gomes diz que não adianta fazer operações em favelas para apontar fuzil para idosas. “É necessário reativar a atividade econômica do Brasil e é tarefa urgente do próximo presidente o resgate moral da administração pública, que está em xeque” E ainda advertiu que “quem manda no país não é o Judiciário, é o povo”.
Em declaração semelhante, o paulista Guilherme Boulos concordou que o Poder Judiciário é importante, mas acrescentou que não pode haver a judicialização da política. “Na democracia, o maior juiz é o povo”, disse. O candidato acredita que a Constituição de 1988 apresenta sinais de esgotamento e que “o desafio de ter legitimidade na representação política se faz aproximando mais o poder das pessoas. Com plebiscitos, referendos e formas de participação popular, e não apenas apertando um botão a cada quatro anos”.