Recursos economizados pela Assembleia ampliam e melhoram atendimento de hospitais

09/07/2011 09h00 | por Nádia Fontana / Foto: Venilton Kulcher (SESA)

Créditos: Nádia Fontana / Foto: Venilton Kulcher (SESA)

Dois tomógrafos, um ecocardiógrafo, um desfibrilador, um respirador, uma autoclave, um arco cirúrgico e equipamentos de ar condicionado estão em processo de licitação, assim como reformas diversas começam a ser realizadas até o final do mês de agosto em hospitais da rede pública do estado. Os investimentos na infraestrutura da saúde pública, com a aquisição dos equipamentos hospitalares de última geração, ocorrem em função da economia de R$ 10 milhões feita pela Assembleia Legislativa do Paraná no primeiro trimestre do ano, valor devolvido pelos deputados ao Governo do Estado.
A lista de novos equipamentos inclui ainda uma digitalizadora para imagens de tomografias, mobiliário, incubadora, monitor para UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e seladora, entre outros itens. “Esses recursos são muito significativos, estão possibilitando a compra de equipamentos importantes e vamos realizar reformas para as quais não havia orçamento”, afirma Charles London, diretor de unidades próprias da Secretaria de Estado da Saúde, área contemplada com os recursos devolvidos pela Assembleia.

Ele lembra que o atual governo está administrando neste momento um orçamento elaborado pelo Executivo anterior (em 2010), onde não há qualquer recurso programado para a compra de equipamentos hospitalares na chamada fonte 100 (recursos do Tesouro Estadual). “A Secretaria, como gestora da saúde pública, e o cidadão paranaense, que é usuário do sistema, só podem agradecer por essa iniciativa da Assembleia”, acrescentou o diretor.
Segundo London, que é responsável pela gestão dos 14 hospitais da rede própria do Estado e um centro psiquiátrico, o Governo está distribuindo os recursos recebidos do Poder Legislativo entre nove instituições. Estão sendo beneficiados (veja quadro anexo) o Centro Hospitalar de Reabilitação de Curitiba, o Centro de Atendimento ao Fissurado Lábio-Palatal (CAIF - Curitiba), o Hospital do Trabalhador (Curitiba), o Hospital Regional Infantil de Campo Largo, o Hospital Regional de Ponta Grossa, o Hospital Regional do Litoral (Paranaguá), o Hospital Regional Walter Pecoits (Francisco Beltrão), o Hospital Anísio Figueiredo (Londrina - Zona Norte) e o Hospital Eulalino Ignácio de Andrade (Londrina - Zona Sul). Para cada uma das instituições localizadas em Londrina estão sendo destinados R$ 80.000,00 que serão aplicados em equipamentos de ar condicionado.
Licitações - “Estamos ainda na fase de preparação das licitações e das obras. Acredito, inclusive, que será possível economizar para ampliar os investimentos”, frisou Charles London. O médico destacou que o objetivo é ampliar e melhorar a capacidade de atendimentos dessas instituições, corrigindo falhas estruturais, para oferecer um atendimento de qualidade à população.

“O Centro de Reabilitação, único no estado e fundamental na recuperação de pacientes, funciona muito aquém de sua capacidade. Há falta de pessoal e os problemas no ar condicionado, vital no atendimento de pessoas extremamente debilitadas, não garantem as condições de aquecimento necessárias”, relatou. O diretor afirma que as obras que estão começando vão permitir que o Governo transforme esse centro em referência no Sul do país. Inaugurado em 2008, para atuar no tratamento especializado em reabilitação motora, o local funciona apenas como ambulatório e necessita de um investimento de R$ 5 milhões para conclusão da obra, de acordo com um diagnóstico da situação administrativa do estado divulgado em abril. Além dos problemas no ar condicionado (instalado parcial e precariamente), há vários outros na estrutura física: não existe área de estacionamento, nem área de morgue (necrotério) e a área de esterilização é muito pequena. Devido às falhas, a unidade nunca colocou em funcionamento todos os 64 leitos disponíveis em duas alas. Agora, esse hospital está recebendo R$ 2.900.000,00, que serão usados para readequar o sistema de ar condicionado e para a compra de um tomógrafo computadorizado - aparelho para exames de órgãos internos por meio de imagens.
Mais leitos - Com o mesmo objetivo de melhorar a capacidade de atendimento serão executadas obras no Hospital Regional do Litoral, que está recebendo R$ 2.100.000,00. A direção da instituição vai construir um novo almoxarifado e um refeitório para atender aos 900 funcionários, que hoje contam com apenas cinco mesas para as refeições. Dessa forma, o prédio que foi construído para ser maternidade, mas que funciona como almoxarifado para equipamentos, materiais e medicamentos, voltará a ser maternidade. O hospital, que possui 159 leitos, vai ganhar mais 22. Ali são atendidas em média 4.200 pessoas e realizados mais de 180 partos por mês. As obras devem aumentar em mais de 15% a capacidade de atendimento. Os recursos também serão usados na compra de monitores multiparamétricos, que ampliarão a qualidade do atendimento nos centros cirúrgicos, UTI, na UTI neo-natal e no pronto socorro.
O maior pronto socorro do estado, o Hospital do Trabalhador (foto na abertura neste texto), responsável por mais de metade dos atendimentos de traumas da Capital e Região Metropolitana, faz 1.500 cirurgias por mês e em 2010 registrou 210 mil atendimentos. A unidade está recebendo R$ 721.000,00. Com isso, será ampliada em pelo menos 40% a central de material e o hospital poderá adquirir equipamentos como autoclave (para esterilização de materiais), desinfectadora, seladora, lavadora térmica, um equipamento de ar condicionado (para atender ao novo complexo de materiais), e um arco cirúrgico - tipo de raio-X especializado para uso durante cirurgias ortopédicas, vasculares, neurocirúrgicas e urológicas.
Capacidade - A destinação dos recursos da Assembleia Legislativa também vai dobrar a capacidade do Hospital Regional Infantil Waldemar Monastier, de Campo Largo, que hoje faz 1.000 consultas ambulatoriais e registra 300 internações hospitalares por mês de pacientes de todo o Paraná. O hospital vai receber cerca de R$ 1.100.000,00 para compra de monitores, ventiladores e incubadoras. “Vamos dobrar a capacidade de atendimento nas UTIs neonatal, de pediatria e de cuidados intermediários, colocando em funcionamento 30 leitos, que até hoje não funcionavam por falta de equipamentos como os monitores, porque temos médicos, equipe e espaço adequado”, explicou o pediatra e psiquiatra Luiz Renato Ribeiro de Azevedo, diretor-geral da unidade de Campo Largo, ao informar em maio que receberia novos recursos. “No caso das nossas UTIs, em especial, são áreas bastante delicadas da assistência à saúde, porque atendem pacientes graves e hoje”, afirmou. “Posso dizer com segurança que é um dinheiro muito bem aplicado. É uma economia que vai suprir uma das prioridades do governo e uma das áreas mais nobres do serviço público, que é a saúde”.
O Centro de Atendimento Integral ao Fissurado Lábio-Palatal, localizado em Curitiba, também beneficiado com a economia feita pelo Legislativo, é um centro voltado para o tratamento das deformidades craniofaciais, entre as quais se incluem as fissuras labiopalatinas. Criado em abril de 1992, é um órgão da Secretaria de Estado da Saúde e está recebendo R$ 205.000,00, para realizar diversas reformas com a finalidade de aperfeiçoar as condições de atendimento.
Dos R$ 10 milhões devolvidos pela Assembleia Legislativa ao Governo, mais de R$ 1.800.000,00 começam a ser investidos no Hospital Regional de Ponta Grossa. O hospital foi inaugurado em março de 2010, mas até agora os 193 leitos (entre os quais 24 de UTI adulto e 8 de UTI neonatal) não estão plenamente disponíveis. Além de um tomógrafo, uma digitalizadora para imagens de tomógrafo e um ecocardiógrafo, agora o hospital poderá adquirir um aparelho no-break, que garante a estabilidade da energia e mantém aparelhos importantes de suporte à vida em UTIs e no centro cirúrgico. Também serão realizadas reformas na CME (Central de Material e Esterilização). O hospital atende um público de cerca de 750 mil pessoas que vivem nos municípios da região dos Campos Gerais. Hoje a unidade faz 1.100 consultas especializadas e cerca de 60 cirurgias eletivas por mês, um volume considerado muito pequeno pelo tamanho da estrutura.
Falta de leitos de UTI – Segundo Sheila Mainardes, diretora do Hospital Regional de Ponta Grossa, “existe um ‘gargalo’ na região provocado pelo número reduzido de leitos de UTI. Com esses recursos estamos adquirindo equipamentos vitais que devem permitir a abertura de novos leitos nesta área ainda neste mês de julho”, antecipou. Ela contou que acompanha diariamente, com expectativa, a aquisição dos equipamentos e a execução das obras que vão permitir uma melhoria significativa do atendimento à comunidade. A intenção é colocá-los em funcionamento com a maior brevidade. “Temos que reconhecer esse gesto nobre do Legislativo de economizar recursos, e a ação do Governo, de priorizar os hospitais. Esses recursos são muito importantes, porque dependemos justamente desses materiais permanentes para iniciar o funcionamento do atendimento de alta complexidade. A saúde é uma área de grande carência da população e na qual o atendimento é permanente”, acrescentou a diretora do hospital.
A alocação desses novos recursos vai permitir que o Hospital Regional Walter Pecoits, de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná, funcione com 100% de sua capacidade, pouco mais de um ano depois de ter sido inaugurado. Ele possui 163 leitos (30 de UTI) e seis salas de cirurgia, mas ficou faltando a instalação de um sistema de ar condicionado central adequado para o centro obstétrico - que tem infiltrações no teto - e de equipamentos como monitores, respiradores e desfibrilador. Equipamentos que serão comprados com os R$ 920.000,00 recebidos neste momento.
Reorganização – A entrega do cheque pelo presidente Valdir Rossoni (PSDB) ao governador Beto Richa, no valor de R$ 10 milhões, resultado da economia feita pela Assembleia Legislativa, aconteceu no dia 17 de maio, durante solenidade que reuniu deputados e diversas autoridades no Palácio das Araucárias. Os recursos são decorrentes da reorganização administrativa promovida pela atual Mesa Executiva no primeiro trimestre de 2011.
Na ocasião, o governador agradeceu a iniciativa e destacou a importância da destinação dos recursos para equipar e garantir qualidade e humanização do atendimento nos hospitais regionais. Richa lembrou que, ao assumir, encontrou na área da saúde estruturas deterioradas, recursos financeiros escassos e capacidade de endividamento e investimento reduzidas.
“Este é um ato simbólico da nova postura da Assembleia, traduzida na economia dos recursos, nas mudanças administrativas feitas na Casa, na moralização e na modernização. Hoje nós temos uma nova Assembleia”, destacou Rossoni, quando agradeceu o apoio de Richa para as medidas adotadas no Legislativo. “Tínhamos programado fazer essa devolução ao final do ano. Mas diante da grande economia gerada e do rombo encontrado pelo governador Beto Richa no caixa do governo, optamos por antecipar a medida”, afirmou o presidente do Poder Legislativo. “Esta cerimônia representa todas as medidas que estão acontecendo na Assembleia, implantadas com austeridade e que resultaram em uma economia significativa”, acrescentou o deputado Plauto Miró (DEM), 1º secretário da Assembleia.
“Temos que agradecer o gesto da Assembleia e a demonstração do governador de que a prioridade para a saúde não é apenas discurso, mas ação concreta”, afirmou na solenidade o secretário da Saúde, Michele Caputo Neto. “Os recursos serão aplicados em obras e equipamentos que se transformam rapidamente em ganhos para a assistência à saúde da população. São mais leitos de UTI para adultos e para bebês, leitos para a clínica médica e principalmente consertos de falhas estruturais que impediam o funcionamento pleno de hospitais recém inaugurados e também da rede antiga, que estão sucateados”, disse o secretário.
A devolução de recursos da Assembleia ao governo deu-se por conta de um conjunto de medidas administrativas implantadas pela Mesa Executiva, como a redução do número de funcionários e de cargos comissionados, renegociação de contratos de serviços e cortes da cota de combustíveis e de gratificações indevidas pagas a funcionários, entre outras. A economia média mensal foi de R$ 3 milhões neste início de ano e a previsão é que chegue a R$ 40 milhões em um ano. Todos os recursos serão devolvidos ao Estado.

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