Reportagem especial: Dia Internacional da Mulher

06/03/2015 16h08 | por Cláudia Ribeiro
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  Lá se vão  83 anos desde  que o Congresso  Nacional instituiu  o voto feminino no Brasil. Mesmo assim, só  trinta anos depois  uma mulher  se tornou  deputada estadual no Paraná. Era Rosy Pinheiro Lima de Macedo.  Doutora em Direito privado,  amante das artes, ela fez a diferença. Mesmo assim, só algumas décadas mais tarde, com Irondi Pugliesi,  o legislativo estadual era de novo aberto a outras parlamentares. Irondi  foi a única mulher a participar  da elaboração da Constituição do Paraná.

  Em toda a história da Assembleia, apenas 21 deputadas  assumiram cadeiras no Legislativo Estadual. Ainda que uma Lei de 1997 estipule  o preenchimento das candidaturas com o mínimo de 30%  de  vagas para mulheres e com os partidos estimulando a participação delas na política, os números de eleitas  estão muito abaixo do ideal. O fato é que, em um país que tem uma mulher na Presidência da República e  maioria do eleitorado  feminino,  poucas conseguem se eleger.  

   O  Brasil ocupa a última posição em representação feminina entre os países da América Latina, com apenas  13% de mulheres no Parlamento. Os números até aumentam, ano a ano. Tímidos,  mas crescem. Exemplo disso são  dados  do Tribunal Superior Eleitoral, o TSE de 2013: Nas eleições de 2012 no Brasil, 134.296 mulheres se candidataram aos cargos de prefeita e vereadora, o que representou um aumento de 9,56%  em relação às eleições municipais de 2008.

   Os cientistas políticos costumam afirmar  que entre os  motivos da pouca participação feminina a política estão o machismo não apenas dos homens, mas delas próprias e também a falta de interesse, já que elas têm duplas, triplas jornadas.

 Uma pesquisa feita pela União Parlamentar Internacional, entidade que reúne todos os legislativos do mundo,  mostrou que boa parte das  mulheres que mais ocupam o Congresso, assembleias, câmaras municipais e prefeituras,   são as que têm tradição política de família:  têm o marido, o pai, o avô e até o bisavô político. E, quando não existe esse fator, os casos mais comuns são de  mulheres com militância em movimentos sociais ou em comunidades, sindicatos, igrejas.  

  E são esses  perfis que possuem as quatro deputadas estaduais paranaenses desta legislatura. A Cantora Mara Lima está no segundo mandato. Vem da comunidade evangélica  e tem uma longa carreira na música do gênero. É do PSDB e preside a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher.  Também é autora da Lei que instituiu o Outubro Rosa, como mês de ações preventivas para a saúde da mulher. Maria Victória, está no primeiro mandato. É filha da vice-governadora Cida Borghetti e do deputado Federal Ricardo barros. Formada em Hotelaria,  ela faz especialização em Gestão Pública e também é presidente da Juventude do PP, o Partido Progressista.   Cláudia Pereira, do PSC,  é mulher do ex-deputado estadual e atual prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira. Como primeira-dama do município da fronteira, atuou em campanhas de prevenção do câncer de mama, entre outras. E Cristina Silvestri, do PPS,  é mulher de Cezar Silvestri, ex-secretário no governo Beto Richa e mãe do prefeito de Guarapuava, César Silvestri Filho.  Em comum,  elas também dividem uma bandeira: a defesa da mulher paranaense, principalmente com relação à violência doméstica. A preocupação tem fundamento. Dados do Instituto Sangari, responsável pela divulgação do  Mapa da Violência no Brasil, apontam que o Paraná ocupa a terceira posição no ranking da violência contra a mulher.

   Maria Victória, por exemplo, acaba de apresentar um projeto que pretende levar para as escolas a Lei Maria da Penha, que endureceu as punições para  homens que agridem física ou psicologicamente  uma mulher. 

(sonora)

Como Secretária de Assistência Social, no município de Guarapuava, Cristina Silvestri sempre teve o trabalho voltado para as mulheres, que ela sabe: são  o esteio de todas as famílias. E ela quer trazer essa experiência para o legislativo.

(sonora)

Quando se trata de defender os direitos das mulheres, Mara Lima não mede esforços. Já realizou a primeira reunião da Comissão que preside e promete trabalhar muito no combate à violência contra a mulher.

(sonora)

Cláudia Pereira, que é advogada,  nem bem chegou á Casa de leis e já apresentou um projeto para tornar obrigatório o uso de tornozeleiras para agressores que estejam impedidos de se aproximar das vítimas. E os projetos delas não param por aí.

(sonora)

Para elas, as ideias que vão se transformar em projetos, representam apenas o início do que pretendem fazer como deputadas para melhorar a qualidade de vida das mulheres, seja na área da Segurança, Educação ou Saúde, seja aumentando o rigor, com campanhas e mecanismos para  prevenção  de doenças.  E o as mulheres paranaenses podem esperar das deputadas?

(sonoras Cristina Silvestri e Cláudia Pereira)

E elas têm carta branca para isso do presidente da Assembleia, o deputado Ademar Traiano, que assume o compromisso de trabalhar  também para elas,  faz uma homenagem a todas as mulheres neste dia oito de março.

(sonora Traiano)

E Maria Victória ainda manda um recado a outras mulheres.

(sonora)

Nesta segunda-feira, nove de março, a sessão será dedicada a elas. Cada um dos 54 parlamentares vai convidar uma mulher para ser homenageada pelo Legislativo. E a gente lembra que o ato no plenário  é apenas simbólico, mas que homenagens às mulheres devem ser prestadas todos os dias. Em casa, no trabalho, na vida...

(sobe som))

De Curitiba, Cláudia Ribeiro. 

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