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Requião Detona Um Aerolula Em Propaganda

04/08/2005 11h54 | por Jornalista Miguel de Andrade
O governador Roberto Requião, que gosta de posar de austero e zeloso guardião do dinheiro público, está gastando R$ 140 milhões neste ano só em propaganda. Essa farra se tornou possível porque o governador está lançando mão das verbas da administração direta e das estatais (Copel, Sanepar, Detran). Gasta esta fortuna para autopromoção em ano de véspera de eleição. A denúncia é do deputado Valdir Rossoni (PSDB), líder da oposição na Assembléia Legislativa. É tanto dinheiro, diz Rossoni, que seria suficiente para comprar um Airbus Corporate Jetliner - ACJ-319 - um avião igual ao comprado pelo presidente Lula para viajar pelo mundo. Até a explosão do caso do mensalão a compra dessa aeronave, apelidada de Aerolula, era maior escândalo de esbanjamento de dinheiro do contribuinte praticado pelo governo federal, recorda Rossoni.O Brasil pagou pelo Aerolula - lembra o deputado - US$ 56,7 milhões. Ao câmbio de hoje (2,4 reais por dólar), o avião custaria R$ 136 milhões. O dinheiro que o governador Requião vai gastar em autopromoção até o fim deste ano seria suficiente para comprar um avião igual e ainda sobrariam R$ 4 milhões. Esse dinheiro torrado em propaganda - ironiza o deputado - seria suficiente para pagar três vezes os empréstimos contraídos pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza para alimentar o caixa paralelo do PT, segundo o levantamento da CPI dos Correios. A CPI chegou, até agora, a valores da ordem de R$ 47 milhões.Se quisermos nos fixar nos escândalos, diz Rossoni, poderia citar que o dinheiro que o governo do Paraná está gastando em propaganda este ano seria o suficiente para pagar 4.666 mensalões de R$ 30 mil (valor denunciado pelo deputado petebista Roberto Jefferson). Ou ainda bancar 21 vezes o suposto caixa dois de R$ 6,5 milhões que teria existido na campanha do PT para prefeito de Londrina.SuspeitasO deputado Rossoni diz ter fortes razões para duvidar das informações disponíveis no site do Governo do Estado denominado: “Gestão do Dinheiro Público”. Ali se mostra um gasto de R$ 18,3 milhões da Secretaria de Comunicação nos primeiros seis meses de 2005. “Esse é o valor efetivamente pago até agora, mas o que conta é o que foi empenhado e terá de ser pago”, diz Rossoni.“Disponho de informações seguras que a Secretaria de Comunicação já comprometeu R$ 58 milhões dos R$ 70 milhões previstos pelo Orçamento para 2005. O governo está lançando mão agora dos R$ 57 milhões previstos para as estatais e paraestatais”, completa.A esses R$ 57 milhões, diz o deputado, o governo ainda vai gastar outros R$ 7 milhões previstos para patrocínios e despesas diversas. O Executivo pode determinar ainda - e tudo indica que vai fazê-lo – uma suplementação orçamentária de 15% sem precisar de aprovação da Assembléia. “É desta forma que R$ 140 milhões em dinheiro do contribuinte vão para o espaço sem precisar de um Aerolula”, diz Rossoni.MP acionadoValdir Rossoni observa que a festa com verbas publicitárias no governo Requião é tão flagrante que está despertando a atenção da Justiça. É o caso do promotor de Defesa e Proteção da Saúde Pública de Ponta Grossa, Fuad Faraj. O promotor entrou, no dia 15 de julho, com representação no Ministério Público para que seja investigada a Secretaria de Estado de Comunicação Social, comandada por Airton Pisseti, onde enxerga diversos indícios de corrupção e improbidade administrativa.Rossoni diz que o promotor Faraj age motivado pela indignação. Ele não aceita as alegações do governo que falta dinheiro para a Saúde. O promotor denuncia que o governo não fornece recursos para compra de medicamentos, construção de UTIs e para atender itens básicos da saúde pública. Alega que pessoas estão morrendo por causa dessa omissão enquanto o contribuinte patrocina uma orgia publicitária que tem por objetivo tentar garantir a reeleição do governador.EscândalosValdir Rossoni diz ainda que a Secretaria de Comunicação se tornou, além de uma fonte de enorme desperdício de dinheiro público, uma verdadeira usina de escândalos e denúncias de corrupção.O deputado lembra o caso em que dois secretários (Airton Pisseti, da Comunicação e Luis Mussi, da Indústria e do Comércio) trocaram acusações públicas. Mussi acusou Pisseti de cobrança de “pedágio” de 50% sobre o valor da publicidade distribuída pela Comunicação.“Para a surpresa de todos o governador Roberto Requião – sempre tão eloqüente para criticar a moralidade alheia - se manteve em estranho silêncio diante de denúncias dessa gravidade dentro de sua própria casa”, diz o deputado.“Em junho último tivemos uma denúncia de pagamento de “mensalão” a deputados na Assembléia. O caso não foi suficientemente esclarecido. Não é por acaso que a dinheirama que corre na propaganda de Requião se presta a comparações com os escândalos que abalam o governo Lula e o PT”, diz o líder da oposição. “É evidente que existe, tanto em um caso quanto no outro, algo de muito podre”, finaliza Rossoni.

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