Reunião discute impacto de reforma administrativa na agroecologia Representantes do Executivo explicaram que será criada uma estrutura com a finalidade de potencializar as ações e os serviços de apoio oferecidos ao agricultor.

29/04/2019 14h35 | por Thiago Alonso
Reunião foi promovida pela Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção.

Reunião foi promovida pela Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção.Créditos: Dálie Felberg/Alep.

Reunião foi promovida pela Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção.

Uma reunião promovida nesta segunda-feira (29) pela Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção aos Animais da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) discutiu o impacto de uma nova proposta de reforma administrativa estudada pelo Governo do Estado sobre a agroecologia paranaense. De acordo com a proposta que deve ser enviada em breve para discussão na Assembleia, o Executivo visa realizar a incorporação do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar) e do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA).

Com a medida, o governo criará o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Rural e espera promover uma redução de cargos e custos. Para agricultores, a fusão representa um golpe contra a agroecologia no Paraná. O encontro foi promovido pelo presidente da Comissão de Ecologia, deputado Goura (PDT), e reuniu representantes da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAB), do CPRA, da Emater, pesquisadores, agricultores e os deputados Arilson Chiorato (PT), Delegado Recalcatti (PSD), Anibelli Neto (MDB) e Tadeu Veneri (PT). “Hoje estamos tratando do futuro do CPRA e da agroecologia no Paraná. A instituição é referência no setor e a proposta do Governo tem causado estranhamento. Estamos falando de produção de alimentos, combate a fome e preservação do meio ambiente”, disse Goura.

O argumento de funcionários, produtores de orgânicos e agricultores familiares é de que a fusão dos órgãos vai promover o desmonte do CPRA. O CPRA promove ações de capacitação, pesquisa e ensino em produção orgânica e agroecológica. Em uma fazenda agroecológica em Pinhais, na região Metropolitana de Curitiba (RMC), o órgão oferece cursos, vivências, capacitações e visitas para agricultores, técnicos, professores, estudantes e interessantes. Para o técnico do CPRA, Ivo Melão, a reforma pode representar a extinção do órgão como ele é hoje. “Mesmo que pouco valorizado pelos Governos, o Centro vem cumprindo seu papel de promover a difusão de conhecimento. Extingui-lo não vai garantir destaque para a agroecologia. A manutenção como autarquia autônoma não implica em altos custos”, comentou.

Islândia Bezerra, da Associação Brasileira em Agroecologia (Aba), avaliou que é preciso promover a defesa do CPRA. “Ele é importante para produção de conhecimento para o Brasil e para a América do Sul. Esta fusão é reduzir isto a um quadro de negligência. É um recibo passado pelo governo de que a agroecologia não é importante”, disse.

Outro lado – O diretor-presidente da Emater, Natalino Avance de Souza, apresentou pontos da reforma administrativa do Executivo para agropecuária. Segundo ele, o projeto visa desenhar uma nova organização. “Não estamos falando em extinguir nada e sim de potencializar as estruturas, promovendo redução de custos e cargos. Estamos iniciando a discussão com a sociedade. Não há riscos de demissões ou extinção”, garantiu. O diretor-geral da SEAB, Rubens Niederheitmann, afirmou que a preocupação da Secretaria é a qualificação dos serviços prestados. “O Estado tem desafios que vão desde as grandes lavouras e até agricultura familiar. A agroecologia é importante nesse processo. Estamos juntando quatro órgãos para criar uma instituição forte para dar apoio ao agricultor.”

 

 

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