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Segue para sanção proposta para reforçar transparência de entidades que recebem recursos públicos

Em duas sessões, os deputados votaram ainda iniciativas envolvendo gestão pública, orçamento, regularização fundiária, políticas sociais, cultura, esporte e direitos do consumidor.

Nesta terça-feira (2) foram realizadas duas sessões plenárias.
Nesta terça-feira (2) foram realizadas duas sessões plenárias. Créditos: Orlando Kissner/Alep

A proposta que trata da obrigatoriedade de transparência na divulgação eletrônica por entidades privadas, de de utilidade pública ou não, que recebam recursos públicos a título de subvenção, auxílio ou parcerias com municípios ou com o Estado, foi um dos principais projetos aprovados nas duas sessões plenárias, uma ordinária e outra extraordinária, realizadas nesta terça-feira (2) na Assembleia Legislativa do Paraná.

O projeto de lei 272/2025, dos deputados Marcelo Rangel (PSD) e Artagão Junior (PSD), altera a Lei nº 16.897/2011 e estabelece critérios objetivos de transparência para entidades que recebem recursos públicos ou exercem funções delegadas. Segundo a justificativa, o texto não altera a organização interna de sindicatos nem interfere no direito de livre associação, garantindo, porém, que associações, entidades sindicais ou empresas beneficiadas por auxílios estatais tenham um dever mínimo de publicidade. A proposição recebeu 38 votos favoráveis e 6 contrários.

“Mais simples e mais poderoso, e o primeiro projeto do Brasil para assegurar transparência absoluta. Mas também com respeito a quem colabora — com sindicatos, com quem precisa saber onde estão sendo feitos os investimentos. Para evitar que aconteça, por exemplo, o que houve com o roubo dos nossos aposentados”, afirmou Rangel.

Já o deputado Arilson Chiorato (PT) encaminhou voto contrário. “Em parte é muito positivo, mas tem de servir para todas as empresas, inclusive as que recebem milhões do governo. Esse projeto transforma a contribuição sindical, que não é obrigatória, como recurso público, e isso não está certo. É um projeto antissindical e vamos discutir na Justiça”, disse o parlamentar, se referindo às emendas apresentadas.

Foram rejeitadas, por 32 a 12 votos, as alterações obrigavam empresas privadas que recebam benefícios públicos a divulgar informações essenciais, além de outra que ampliava a lei para empresas beneficiadas por isenções fiscais, créditos tributários e outros incentivos. Outra emenda da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi derrubada por 44 x 3.

Com dispensa de redação final na sessão extraordinária, o texto segue para sanção.

Demais Poderes

Outra matéria aprovada foi o projeto de lei 1079/2025, que redefine os parâmetros de gestão dos hospitais universitários das instituições estaduais de ensino superior. A proposta do Executivo reestrutura o modelo de governança, aproximando os hospitais das diretrizes do SUS e integrando assistência, ensino e pesquisa. O texto passou com 38 votos a 6.

Entre os ajustes estão novas regras para os Plantões Docentes (PD) e Plantões Docentes de Sobreaviso (PDS), com inclusão de especialidades e escalas diferenciadas para melhorar o atendimento à população. A matéria tramitou na forma de subemenda, aprovada por 38 a 6 votos, incorporando as emendas nº 01, 02, 05, 13 e 15. Segundo parecer da CCJ, além de não criarem despesas e não interferirem na competência privativa do Poder Executivo, as alterações não deturpam o projeto. As demais emendas foram rejeitadas. Com dispensa de redação final, o texto segue para sanção.

Também teve votos divergentes o projeto de lei 1081/2025, que modifica a Lei nº 21.352/2023 para integrar a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) à estrutura da Governadoria. Segundo o Governo, a mudança reforça o papel estratégico da pasta na coordenação fiscal, econômica e orçamentária do Estado. A proposta avançou com 40 votos favoráveis e 6 contrários. O texto trata da criação e regularização de Cargos Comissionados Executivos, que, segundo a justificativa, fortalecem a articulação do núcleo central do Executivo. Emenda dos deputados Alexandre Curi (PSD) e Hussein Bakri (PSD), reforçando a autonomia do Estado para adequar procedimentos administrativos entre secretarias, foi aprovada por 33 a 6 votos.

Do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR), foi aprovado o projeto de lei 1017/2025, que altera a Lei nº 17.423/2012, sobre gratificações de função e encargos especiais, e a Lei nº 19.573/2018, que institui o Estatuto dos Servidores do órgão. Também foi aprovado o projeto de lei 1074/2025, do Tribunal de Justiça, que autoriza a doação de imóvel ao município de Guarapuava.

Bons Olhos Paraná

Por unanimidade, foi aprovada a criação do Programa Bons Olhos Paraná. Previsto no projeto de lei 1.146/2025, do Poder Executivo, a iniciativa é voltada à promoção da saúde ocular de crianças e adolescentes da rede pública. A proposta busca garantir avaliação oftalmológica precoce, combater desigualdades educacionais e contribuir para reduzir a evasão escolar relacionada a problemas de visão.

De acordo com o texto, o programa passa a integrar oficialmente as ações estaduais de saúde, educação e assistência social, com caráter itinerante e foco em estudantes das redes municipais e estaduais. Estão previstas triagens, consultas com profissionais de oftalmologia ou optometria, emissão de receituário e doação gratuita de óculos aos alunos que necessitarem.

O programa, financiado com recursos do Fundo para a Infância e Adolescência (FIA), já ofereceu óculos gratuitos a estudantes de 6 a 17 anos da rede pública. Na primeira fase, abrangeu 93 municípios, entregou 8,3 mil óculos e contou com investimento de R$ 5 milhões. Até agora, mais de 84 mil crianças e adolescentes foram atendidos.

A gestão e o monitoramento do Bons Olhos Paraná serão realizados por comissão formada pelas secretarias estaduais do Desenvolvimento Social e Família (Sedef), da Saúde (Sesa) e da Educação (Seed), podendo incluir outras pastas.

Autoria parlamentar

Uma série de projetos de autoria parlamentar passou em segundo turno e segue para sanção, após dispensa de redação final.

Entre eles, o projeto de lei 613/2025, do deputado Hussein Bakri (PSD), que altera a Lei nº 22.130/2024, responsável pelo Código de Defesa do Consumidor do Paraná. A mudança determina que, nos contratos de locação, caso a administradora imobiliária contrate terceiros para serviços de entrada ou saída do imóvel, deverá emitir nota fiscal discriminando os valores cobrados e a natureza dos serviços, inclusive aqueles prestados diretamente por ela quando forem onerosos. O objetivo é ampliar a transparência ao consumidor e evitar cobranças abusivas.

A proposta 1148/2025 autoriza o Poder Executivo a promover a regularização dominial de lotes localizados em Cascavel. O texto, dos deputados Gugu Bueno (PSD), Batatinha (MDB) e Marcio Pacheco (PP), visa reparar uma injustiça social e jurídica ocorrida há mais de cinquenta anos, durante o regime de exceção, que afetou diversas famílias da cidade.

Outras proposições aprovadas incluem o projeto de lei 142/2025, do deputado Anibelli Neto (MDB), que institui o Dia Estadual do Adapariano; o projeto de lei 453/2025, da deputada Maria Victoria (PP), que cria a Semana Estadual de Educação Ambiental; e o projeto de lei 532/2025, do deputado Evandro Araújo (PSD), que institui o Dia do Fonoaudiólogo, celebrado em 9 de dezembro.

Também foram aprovados diversos projetos de doação de imóveis, que seguem para sanção.

Dupla Athletiba

Na pauta esportiva e cultural, os deputados aprovaram dois projetos que reconhecem oficialmente a importância de Athletico e Coritiba. O projeto de lei 388/2023, dos deputados Tito Barrichello (União), Alexandre Curi (PSD) e Luiz Claudio Romanelli (PSD), atualiza na legislação estadual a grafia oficial do Club Athletico Paranaense, adotada após a reformulação visual de 2018, e reconhece o clube como Patrimônio Cultural Imaterial do Paraná.

Já o projeto de lei 867/2025, dos deputados Anibelli Neto (MDB) e Artagão Junior (PSD), reconhece o Coritiba Foot Ball Club como patrimônio histórico, cultural e imaterial do Estado.

Retirados de pauta

Algumas proposições foram retiradas de ofício das pautas das sessões, entre elas o projeto de lei 736/2025, do Tribunal de Justiça, que promove uma reformulação na legislação estadual sobre custas judiciais; o projeto de lei complementar 14/2025, que altera a Lei Complementar nº 108/2005, referente à contratação de pessoal por tempo determinado; o projeto de lei 1.147/2025, do Governo, que propõe mudanças na Lei nº 17.430/2012, que disciplina as Funções Privativas Transitórias (FPTs); o projeto 1.101/2025, do Poder Executivo, que autoriza a alienação de um imóvel em Foz do Iguaçu; e o projeto de lei 602/2023, do deputado Ney Leprevost (União), que cria a Campanha Estadual de Conscientização sobre a Gestão de Risco e Desastres, realizada anualmente na segunda semana de outubro.

Sessão dupla

Os deputados estaduais participam de duas sessões plenárias nesta quarta-feira (3) –uma ordinária e outra extraordinária. Ambas terão transmissão ao vivo pela TV Assembleia, a partir das 9 horas, por meio do canal 10.2, em TV aberta, e no canal 16, da Claro/NET. O conteúdo também pode ser acessado pelo canal do Youtube do Legislativo.

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