Mas foram as injustiças sociais, observadas desde menino, no tratamento, que considerava desumano, dos mais ricos com as pessoas mais pobres, que fizeram Veneri se definir politicamente. Essa tendência socialista se confirmou quando assumiu a presidência do sindicato dos Bancários, onde lutava pelos direitos dos funcionários liderando greves e, mais tarde, quando se filiou ao Partido dos Trabalhadores (de onde nunca mais saiu).
Em 1996, suplente, acabou se tornando vereador em Curitiba. Dois mandatos depois, em 2002 foi eleito deputado estadual. Mesmo sendo da base de apoio ao Governo, votou mais de uma vez, contra projetos do Executivo. “Eu sou coerente e sempre tentei agir de maneira que as pessoas não se decepcionassem comigo”, argumentou.
De um mero nome para completar a chapa do partido para a eleição na Câmara Municipal, de referência na Assembleia Legislativa, não levou muito tempo. E, ao longo da entrevista, o parlamentar contou que, com o tempo, foi tomando gosto pela política. E a família acompanhou. “Tenho muita sorte de ter a família que eu tenho, porque já sofreram em função das minhas escolhas, mas entenderam. E lá em casa todo mundo é filiado ao PT. Até os genros”, brinca.
Citou frases como “Os filhos são sempre melhores que a gente”, em referência ao que os pais estão deixando para as novas gerações; “Sou muito chato”, para falar da marcação cerrada que faz com os filhos ainda hoje; e aproveitou para dizer versos de Carlos Drumond de Andrade para fazer uma reflexão sobre o período (de intolerância em todos os sentidos) pelo qual passa o país. “As leis não bastam. Os lírios não nascem das leis”.
Das muitas e boas histórias que Veneri contou durante o programa, o destaque fica por conta da paixão pela leitura (ele até deu dicas de livros) e pelo Paraná Clube. Tricolor de coração, esse quase psicólogo (ouvindo o programa, você vai descobrir porque ele não concluiu o curso), garantiu que, mesmo o time estando na segunda divisão do Campeonato Brasileiro há alguns anos, ele não desiste. “Frequento estádios, brinco, canto. Sou torcedor de carteirinha”.
E se você é como Tadeu Veneri, que acredita que as coisas estão ruins, mas que vão passar, que acredita no afeto entre as pessoas e que prega a tolerância, não deixe de ouvir o programa aqui no site da Assembleia.