23/04/2007 18h18 | por Roberto Salomão / (41) 3350-4191 / www.luiz.romanelli.com.br
O protocolo assinado nesta segunda-feira (23) pelas direções estaduais do PMDB, PT e PCdoB para as eleições municipais do próximo ano tem o objetivo de criar um entendimento político, a partir de agora, que permita a efetivação de alianças. Essa posição significa uma possibilidade concreta de maior unidade entre os três partidos que participam tanto do governo Requião quanto do governo Lula, um patamar superior à registrada nos pleitos anteriores. Porém, o acordo, no entender dos três partidos, não significa uma camisa de força que condicione desde já coligações em todos os municípios do Paraná. É necessário levar em conta a situação política de cada município e o histórico das relações entre as agremiações. Este parece ser um cuidado comum aos dirigentes dos três partidos, que devem priorizar o trabalho de construção dessa unidade agora, um ano e meio antes das eleições. “É necessário haver um entendimento na política”, considera Florisvaldo Souza, secretário de Organização do PT. Por isso, a criação do Grupo de Acompanhamento Eleitoral (GAE), definida pelo protocolo, talvez seja, se de fato se tornar realidade, o indicativo de que os três partidos trabalham para construir uma base política sólida para as eleições do ano que vem. Os presidentes estaduais do PMDB, Renato Adur, e do PT, André Vargas, concordam que este trabalho, por maior que seja seu êxito, não deve significar coligações nas quatro maiores cidades (Curitiba, Londrina, Maringá e Ponta Grossa) já no primeiro turno. Eles consideram que o correto é cada partido construir a sua candidatura própria e deixar uma eventual aliança para o segundo turno. Isso deriva de um cálculo eleitoral baseado em experiências passadas, quando nem sempre a coligação desde o início deu os resultados desejados. Mas esse cuidado também responde a uma necessidade de cada partido, principalmente do PT e do PMDB, de apresentarem “cara própria” nas eleições, sem contar que a complexidade política nos maiores municípios pode criar obstáculos adicionais à aliança. Seja como for, o GAE, pelas características que o protocolo lhe atribui (formado por dois dirigentes de cada partido, com a responsabilidade de atuar nos 399 municípios do Paraná, promover debates e seminários, procurar a unidade nas localidades, entidades, movimentos populares e sociais e na juventude) assume uma dimensão inédita no histórico de participação eleitoral conjunta dos três partidos. A própria natureza desse trabalho pode ter ainda outro efeito importante: eliminar arestas entre os protagonistas no que toca à sustentação política tanto do governo Requião quanto do governo Lula.