Alterações Climáticas Podem Influenciar Na Proliferação de Doenças Tropicais

07/04/2008 14h40 | por Ceres T. Battistelli / 41 3350-4088 - 4288 / MATÉRIA DE RESPONSABILIDADE DO GABINETE DO DEPUTADO LUIZ EDUARDO CHEIDA (PMDB)
As mudanças climáticas podem estar influenciando na proliferação de doenças tropicais (ocorridas em clima quente) e ressurgentes – àquelas que voltam a afligir a população com mais força, após longo período sob controle como, atualmente, a dengue e a febre-amarela. A conclusão foi apresentada, nesta segunda-feira (07), na Assembléia Legislativa, em debate promovido pela Comissão de Ecologia e Meio Ambiente, pelo professor-doutor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Francisco Mendonça.Em sua palestra "Mudanças Climáticas e Doenças no Paraná", Francisco mostrou gráficos sobre a evolução térmica e pluviométrica do Estado do Paraná, desde 1975, comprovando a ocorrência de surtos de dengue em períodos onde houve aumentos de temperatura. “A intensificação das doenças e do aquecimento global, influência na proliferação de várias doenças que depedendem das mudanças climáticas como, por exemplo, a febre amarela, dengue e malária. Ou seja, se sabemos que o planeta vai aquecer, significa que as áreas onde estas doenças acontecem irão expandir”, alertou Francisco. Em relação ao Paraná, o especialista destacou as epidemias ocorridas em Londrina (2003) e Maringá (2007).“Nas duas epidemias constatamos a ocorrência de condições climáticas atipicas que permitiram a explosão da dengue, aliado a condições sociais, obviamente”, relatou. Segundo ele, as regiões Norte e Noroeste do Estado, são as que mais têm sofrido as consequências do aumento da temperatura – em torno de 1º celsiu, desde 1975.“Os climas sempre mudaram e os homens se adaptam as mudanças climáticas. Agora, caso as autoridades não estejam atentas a isso, as consequências podem ser maiores”, afirmou Francisco destacando que, a maior possibilidade de proliferação de doenças tropicais está em cidades ou lugares onde as pessoas terão seus ambientes modificados pela elevação do nível do mar, construção de habitações ou distorções ambientais.Saúde e Meio Ambiente – A audiência pública, foi uma proposição do presidente da Comissão de Ecologia, deputado estadual Luiz Eduardo Cheida (PMDB) tendo em vista as comemorações do Dia Mundial da Saúde (07 de abril), que neste ano por sugestão da Organização Mundial da Saúde tem como tema o “Meio Ambiente”.Cheida apresentará, esta semana Projeto de Lei, que cria o Programa Estadual de Prevenção, Combate e Erradicação do mosquito causador do dengue no Estado do Paraná. Segundo ele, a discussão serviu para detectar a necessidade de leis, decretos ou portarias que possam beneficiar as autoridades no cumprimento de medidas por parte da população. Pesquisas informam que, 95% da dengue é causada por problemas que poderiam ter sido resolvidos como disposição correta de lixo, limpeza de jardins e caixas d´água, entre outros. “Articulamos uma discussão entre poder legislativo, sociedade e governo com seus técnicos e especialistas para discutir as doenças que começam a ressurgir noParaná com bastante força, provavelmente em função das mudanças ambientais que estamos tendo. Todas as soluções apontadas serão trabalhadas”, informou Cheida. Para ele, as mudanças climaticas ainda estão passando despercebidas pela população e as causas são evidentes. “O Paraná não tem debatido como deveria esta questão de mudanças climáticas e doenças”, destacou.Ações – Participaram da audiência pública o secretário Estadual da Saúde, Gilberto Martin; o Secretário Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues e o comandante do Batalhão de Polícia Ambiental, coronel Sérgio Fillardo. O secretário da Saúde, falou sobre a estrutura do Paraná para combater doenças como a Dengue e a Febre-Amarela, por exemplo. “O Paraná possui um setor de vigilância bem estruturado em seus mais de 500 hospitais, em 1,8 mil Unidades básicas de saúde e 1,6 mil equipes de saúde da família e que tem vascularização e agilidade para atender a estas doenças”, mencionou o secretário, lembrando que o Estado possue uma estrutura de vigilância exclusiva para doenças como a dengue e a febre amarela.De acordo com o Martin, são duas as etadas de enfrentamento a doença. “O Paraná vive atualmente a primeira delas, que é intensificar a vigilancia e o trabalho de orientação em saúde eliminando mosquito, não propiciando sua proliferação e contendo a transmissão da doença. Outro momento é o que vive o Rio de Janeiro, quando falha o combate a proliferação, ocorre um surto e há necessidade de uma retarguarda operacional e estrutura”, explicou o secretário.O secretário do MeiO Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, acredita que a proliferação da Dengue está associada aos impactos ambientais. “São raros os estudos científicos que comprovam a relação entre estas doenças e as mudanças climáticas. No caso da dengue, por exemplo, a ligação mais direta é a perda de habitat causada pelo deflorestamento, e da água – uma necessidade que faz com que o mosquito migre para as cidades”, enfatizou.Para ele, são muitos os desdobramentos e mutações do aquecimento do planeta, imperceptíveis e ainda não estudados. “A ciência não pode acompanhar o efeito das mudanças climáticas sobre todas as espécies. No caso da elevação dos oceanos, por exemplo, existe o impacto sobre as correntes marítimas, quantidade de fitoplanctons (micro organismos vegetais que constituem a base alimentar da vida nos oceanos e mare) dizimada pelos raios ultravioletas, entre outros parâmentros de análise”, enumerou. “Nós conseguimos medir quantos milímetros o oceano está subindo, mas os efeitos destes milímetros ainda não”, finalizou Rasca.Também participaram da audiência pública representantes da Fundação Nacional da Saúde no Estado (Funasa); a vice-presidente da Comissão de Meio Ecologia, deputada estadual Rosane Ferreira (PV); deputado estadual,Tadeu Veneri (PT), técnicos e representantes de todas as regionais de saúde no Paraná.FEIRA - Após a audiência, uma feira estará montada no Espaço Cultural da Assembléia Legislativa nos dias 07 e 08 de abril mostrando os vetores transmissores de doenças emergentes e reemergentes, equipamentos e materiais utilizados para promover o saneamento ambiental e domiciliar, um ‘larvário insetário’ e um mostruário de animais peçonhentos. Além disso, o Hospital Santa Cruz estará apresentando programas de Medicina Preventiva do Hospital Santa Cruz durante as atividades que marcam o Dia Mundial de Saúde, como o Programa Qualida de Vida, com ênfase no Programa de Abandono do Tabagismo e o serviço de Check-up do Hospital Santa Cruz.

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