Os deputados estaduais aprovaram nesta terça-feira (7) o título de utilidade pública estadual para o Instituto Não Me Esqueças (INME), de Londrina. O projeto de lei, de autoria da deputada estadual Luciana Rafagnin (PT), foi aprovado em turno único e seguirá para sanção do governador Ratinho Junior.
O título de utilidade pública estadual permite à direção do Instituto Não Me Esqueças firmar convênios, obter isenção de impostos e acesso a recursos públicos. “O INME desempenha um papel fundamental em Londrina, sendo o único instituto de atendimento especializado e gratuito para pessoas com Alzheimer, outras demências e seus familiares”, destaca a deputada Luciana.
Fundado em 2017, o Instituto Não Me Esqueças realiza, em média, 150 atendimentos por mês, dos quais 63% são destinados a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), e 45% desse total procuram o INME por recomendação médica.
Nos últimos 12 meses (de abril de 2024 a março de 2025), foram registrados 8.674 atendimentos, representando um crescimento de 14% em relação ao ano de 2023. Atualmente, 75 famílias aguardam na fila de espera para serem atendidas.
Na defesa dos direitos das pessoas com Alzheimer e outras demências, o INME contribuiu para a construção do Projeto de Lei 860/2023, de autoria da deputada Luciana, que institui a pulseira de identificação e um banco de dados para trazer maior segurança às pessoas com Alzheimer.
O INME é membro da Federação Brasileira das Associações de Alzheimer e filiado à Alzheimer’s Disease International e à Alzheimer Iberoamérica.
Números
Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), cerca de 2 milhões de brasileiros convivem com demências, condições médicas caracterizadas pela diminuição progressiva da capacidade cognitiva, alterações comportamentais e perda da funcionalidade. Essas doenças afetam, na maioria dos casos, as pessoas idosas.
Estima-se que 40 a 60% dos casos sejam decorrentes da doença de Alzheimer, o tipo mais comum de demência. No entanto, esses números ainda são considerados subestimados, devido à falta de diagnóstico preciso e à ausência de uma base nacional de dados sobre a realidade das demências no Brasil.