Para Editoria de Política Distribuído em 21/08/06Jornalista: Flávia PrazeresOs integrantes da Comissão Especial de Investigação (CEI) que está tratando das invasões ocorridas nas fazendas da Região Oeste do Estado receberam na reunião ocorrida pela manhã desta segunda-feira (21) os proprietários e os representantes de três das quatro fazendas invadidas: Syngenpta, localizada em Santa Tereza do Oeste, Fazenda Boito de Matelândia e Kelly de Cascavel.Já o proprietário da Fazenda Quatro R também sediada em Cascavel não quis comparecer, pois alegou estar em processo de negociação da reintegração de posse, motivo pelo qual a CEI foi criada. A Comissão que visitou recentemente as fazendas e constatou em algumas delas um estado de calamidade pretende descobrir, de acordo com o presidente Élio Rusch, deputado peefelista, a razão pela qual as fazendas ainda não foram devolvidas aos proprietários, uma vez receberam declaração de reintegração de posse.”Não cabe a esta Comissão a reintegração, mas ela foi criada com o intuito de acabar com este conflito”, explicou o deputado.Segundo Rusch, a Comissão enviou requerimentos ao governo estadual e ao secretário de segurança, Luiz Fernando Delazari, pedindo informações sobre a reintegração das terras destes proprietários. Conforme a resposta dada ao ofício, o Governo criou uma Comissão Especial para tratar das mediações da terra e a Secretaria de Segurança vêem realizando desocupações. No documento cita 134 reintegrações de posse, três a cada mês, com custo ao Estado de R$ 100 mil e, que, necessitam de 500 homens para cada operação. Além disso, alegaram que as desocupações deverão ser feitas seguindo um cronograma estabelecido pela secretaria.O parlamentar reiterou que a Comissão não tem o poder de realizar as reintegrações de terra, porém afirmou que serão feitas todas as ações no sentido de auxiliar e agilizar o processo de desocupação destas fazendas invadidas, inclusive entre elas consta uma Fazenda Experimental, a Syngenpta, que realizava pesquisas de soja transgênica e demais produtos agrícolas.Durante os depoimentos, os proprietários e os seus representantes cobraram ações por parte do governo estadual e disseram estarem passando por dificuldades econômicas desde que as terras foram invadidas. Os proprietários da Fazenda Boito, Nilton Antonio Boito e Maria Lourdes Locks Boito, invadida há dois anos, relataram à CEI que o estado da fazenda deles atualmente é calamitoso, pois foram desmanchadas todas as casas que havia na terra e não sobrou nenhum gado, que seria de acordo com o proprietário um total de 1.458 cabeças.Enquanto que o arrendatário da Fazenda Kelli, Teunis Groenwold falou à CEI que a fazenda invadida há um ano deixou de gerar uma renda anual R$ 900 mil. Também destacou que além destas perdas têm aquelas ainda não contabilizadas, como o desgaste do solo, pois como ele explicou o processo de produção usado pelos invasores é bem rudimentar, o que poderia em longo prazo até causar a perda da produtividade da terra.A Comissão, que tem como vice-presidente o deputado José Maria Ferreira (PMDB) e como relator o deputado Barbosa Neto (PDT), estabeleceu que deverão ser ouvidos na próxima segunda-feira (28) os integrantes do Movimento Sem Terra e da Via Campesina. E para terça-feira (29) os deputados irão convidar o secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari.