
Filho do ex-presidente João Goulart, João Vicente Goulart, faz pronunciamento durante homenagem póstuma a seu pai.
Créditos: Nani Gois/Alep
O resgate da história recente do país foi defendido nesta terça-feira (27) pelo ex-deputado gaúcho João Vicente Goulart, filho do ex-presidente da República João Belchior Marques Goulart – o Jango, durante pronunciamento realizado na Assembleia Legislativa do Paraná. “Morrer pela Pátria não é pouca sorte. E Jango, apesar das saudades, está presente entre nós. 2014 não será somente o ano da Copa do Mundo no Brasil. 2014 será a passagem da queda da democracia brasileira em 1964”, declarou João Vicente, num apelo à sociedade para que aproveite a data, quando se completarão cinco décadas do Golpe Militar, para reflexões e mudanças.
Segundo João Vicente, que em 64, aos 7 anos de idade, foi com sua família para o exílio, há muito ainda para ser esclarecido. “O país precisa de uma ampla reforma para caminhar rumo ao futuro. E para isso precisamos reviver aqueles momentos, analisar o que estava acontecendo naquela ocasião, para avançar socialmente”, alertou. Na avaliação do ex-deputado, a reforma agrária pouco evoluiu e são inaceitáveis os dados sobre o analfabetismo, que ainda assola o Brasil.
“É preciso refletir sobre tantas tragédias, tantas mortes e tanto obscurantismo. Ainda há muito para se investigar e apurar. Cinquenta anos depois, ainda há resistência à liberação de muitos documentos e informações. Mais de 50 mil vidas foram exterminadas neste período de luta pela liberdade”, acrescentou. Assim, entende que “nosso desafio hoje é construir através de um diálogo popular e democrático a conquista do Brasil para todos os brasileiros. Para isso é necessário reencontrar nossa identidade nacional, mobilizando o povo em defesa de seus direitos, em defesa de suas atribuições, em defesa da nacionalidade”, frisou.
Homenagem – João Vicente Goulart esteve na Assembleia participando de uma homenagem póstuma ao ex-presidente da República João Belchior Marques Goulart, por proposição do deputado Fernando Scanavaca, líder do PDT. O evento relembrou os 50 anos da posse de Jango, que foi presidente da República entre setembro de 1961 a março de 1964, após a renúncia do presidente Jânio Quadros.
Jango faleceu depois de parada cardíaca, quando estava exilado na Argentina, em 1976, e a morte é atualmente investigada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. Sua família quer que a Procuradoria-Geral da República assuma o caso. O ex-deputado fez questão de destacar que a morte do Chefe de Estado, forçado a morrer no exílio, “não está até hoje bem esclarecida”. A família suspeita de sua morte estar sob o manto da Operação Condor, também conhecida como Carcará, no Brasil. Essa operação foi uma aliança político-militar entre os vários regimes militares da América do Sul (Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai), criada com o objetivo de coordenar a repressão a opositores dessas ditaduras e eliminar líderes de esquerda instalados nos seis países do Cone Sul.
Durante o evento também foram relembrados os 50 anos da Campanha da Legalidade, movimento que lutava pela manutenção da ordem jurídica e da condução de João Goulart ao poder, conforme a Constituição de 1946, que determinava a posse do vice-presidente eleito, na ausência do presidente. O movimento foi liderado pelo então governador gaúcho Leonel Brizola. “Este é um momento histórico”, disse Scanavaca, recordando o legado trabalhista, especialmente o fato de que o Governo Goulart, com suas iniciativas, norteou o Brasil para os rumos do desenvolvimento.
O presidente do Legislativo paranaense, deputado Valdir Rossoni (PSDB), considerou o momento especial e, igualmente, frisou a importância “do resgate da história” para o crescimento e evolução da sociedade. Durante a sessão, João Vicente Goulart recebeu uma menção honrosa e uma escultura em forma de uma Araucária, árvore símbolo do Paraná. Ele também foi agraciado com uma placa comemorativa assinada pela bancada pedetista.
Prestigiaram essa sessão diversas lideranças do PDT e do PTB, entre elas o ex-deputado Léo de Almeida Neves. Ele, igualmente, fez questão de destacar a luta e os compromissos de Jango com a paz e com o futuro do Brasil.
Confira na íntegra o discurso de João Vicente Goulart.
Segundo João Vicente, que em 64, aos 7 anos de idade, foi com sua família para o exílio, há muito ainda para ser esclarecido. “O país precisa de uma ampla reforma para caminhar rumo ao futuro. E para isso precisamos reviver aqueles momentos, analisar o que estava acontecendo naquela ocasião, para avançar socialmente”, alertou. Na avaliação do ex-deputado, a reforma agrária pouco evoluiu e são inaceitáveis os dados sobre o analfabetismo, que ainda assola o Brasil.
“É preciso refletir sobre tantas tragédias, tantas mortes e tanto obscurantismo. Ainda há muito para se investigar e apurar. Cinquenta anos depois, ainda há resistência à liberação de muitos documentos e informações. Mais de 50 mil vidas foram exterminadas neste período de luta pela liberdade”, acrescentou. Assim, entende que “nosso desafio hoje é construir através de um diálogo popular e democrático a conquista do Brasil para todos os brasileiros. Para isso é necessário reencontrar nossa identidade nacional, mobilizando o povo em defesa de seus direitos, em defesa de suas atribuições, em defesa da nacionalidade”, frisou.
Homenagem – João Vicente Goulart esteve na Assembleia participando de uma homenagem póstuma ao ex-presidente da República João Belchior Marques Goulart, por proposição do deputado Fernando Scanavaca, líder do PDT. O evento relembrou os 50 anos da posse de Jango, que foi presidente da República entre setembro de 1961 a março de 1964, após a renúncia do presidente Jânio Quadros.
Jango faleceu depois de parada cardíaca, quando estava exilado na Argentina, em 1976, e a morte é atualmente investigada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. Sua família quer que a Procuradoria-Geral da República assuma o caso. O ex-deputado fez questão de destacar que a morte do Chefe de Estado, forçado a morrer no exílio, “não está até hoje bem esclarecida”. A família suspeita de sua morte estar sob o manto da Operação Condor, também conhecida como Carcará, no Brasil. Essa operação foi uma aliança político-militar entre os vários regimes militares da América do Sul (Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai), criada com o objetivo de coordenar a repressão a opositores dessas ditaduras e eliminar líderes de esquerda instalados nos seis países do Cone Sul.
Durante o evento também foram relembrados os 50 anos da Campanha da Legalidade, movimento que lutava pela manutenção da ordem jurídica e da condução de João Goulart ao poder, conforme a Constituição de 1946, que determinava a posse do vice-presidente eleito, na ausência do presidente. O movimento foi liderado pelo então governador gaúcho Leonel Brizola. “Este é um momento histórico”, disse Scanavaca, recordando o legado trabalhista, especialmente o fato de que o Governo Goulart, com suas iniciativas, norteou o Brasil para os rumos do desenvolvimento.
O presidente do Legislativo paranaense, deputado Valdir Rossoni (PSDB), considerou o momento especial e, igualmente, frisou a importância “do resgate da história” para o crescimento e evolução da sociedade. Durante a sessão, João Vicente Goulart recebeu uma menção honrosa e uma escultura em forma de uma Araucária, árvore símbolo do Paraná. Ele também foi agraciado com uma placa comemorativa assinada pela bancada pedetista.
Prestigiaram essa sessão diversas lideranças do PDT e do PTB, entre elas o ex-deputado Léo de Almeida Neves. Ele, igualmente, fez questão de destacar a luta e os compromissos de Jango com a paz e com o futuro do Brasil.
Confira na íntegra o discurso de João Vicente Goulart.