
Para celebrar o Dia Pela Eliminação da Discriminação Racial, fixado pela Organização das Nações Unidas (ONU, o deputado Renato Freitas (PT), presidente da Comissão de Igualdade Racial da Assembleia Legislativa do Paraná, promoveu um encontro com integrantes do Movimento Negro do estado como forma de fazer uma reflexão sobre o tema. Foi no Plenarinho da Casa, na manhã desta terça-feira (21). O parlamentar convidou as lideranças também para discutir o combate ao racismo no estado. Para ele, há muito o que avançar, especialmente com negros ocupando espaços de decisão. Mas a eleição dele, segundo Freitas, e o próprio encontro, já representam muito.
(Sonora)
A data foi instituída pela ONU, numa referência ao Massacre de Sharpeville, ocorrido em 21 de março de 1960, em Joanesburgo. Durante o episódio, 69 manifestantes negros foram mortos pelas forças de segurança do apartheid, o regime racista da África do Sul, extinto em 1994 com a eleição de Nelson Mandela.
Algumas das lideranças que participaram do evento receberam homenagens. O encontro contou com a presença da Yalorixá D´Ogum, Maria Angela de Jesus Silva, que iniciou sua vida espiritual na Umbanda, no ano de 1995. Dez anos depois abriu sua primeira casa de umbanda, onde se tornou referência na religião, em Curitiba e no Paraná. Para ela, o preconceito se estende para a intolerância religiosa, que também tem a sua data celebrada em 21 de março, que é o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, data recém sancionada pelo Governo Federal. Uma luta, que de acordo com a Yalorixá D’Ogum é de todo dia.
(Sonora)
Outra presença homenageada foi a professora Megg Rayara Gomes de Oliveira, primeira travesti preta doutora em Educação no Brasil, título obtido na Universidade Federal do Paraná (UFPR), instituição em que leciona nos setores de graduação e pós-graduação. Graduada em Desenho e com especialização em História da Arte pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Megg Rayara tem uma trajetória de fortalecimento do combate à homofobia dentro do meio acadêmico. Atualmente, é professora adjunta da UFPR e uma das coordenadoras do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da universidade, onde se dedica à pesquisa das relações raciais, da arte africana, da arte afro-brasileira, de gênero e diversidade sexual. A professora destacou a relação da violência contra a população LGBTQIA+.
(Sonora)
O final do encontro foi marcado pelo espaço dado as vozes que estavam na plateia, que comemorou o primeiro encontro na Assembleia Legislativa.
(Sobe som)
O Paraná tem uma lei, de autoria do deputado Anibelli Neto (MDB), que também instituiu o 21 de março como Dia Estadual Pela Eliminação da Discriminação Racial e está em vigor desde 2019. Ela determina que tanto o Legislativo quanto o Executivo poderão realizar no Paraná campanhas educativas com o objetivo de colaborar para o combate à discriminação.