A Comissão de Defesa do Consumidor e de Obras, Públicas e Transportes da Assembleia Legislativa, respectivamente presididas pelos deputados Marcelo Rangel (PPS) e Reni Pereira (PSB), realizaram nesta quinta-feira (07) uma Audiência Pública sobre as condições do transporte coletivo da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A iniciativa partiu da deputada Rosane Ferreira (PV).“Há legislação sobre mobilidade urbana, mas não alcança o transporte coletivo. Recebemos diversos e-mails com reclamações pertinentes a esse meio de condução, porém acredito que mais do que apresentarmos os problemas temos que obter soluções para dar melhores condições aos usuários do sistema coletivo”, afirmou a deputada Rosane Ferreira. O coordenador geral da Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba), Alcidino Bittencourt afirmou que o problema afeta a grande maioria dos cidadãos metropolitanos, sobretudo quem mora em Curitiba e municípios vizinhos. Na avaliação dele, o problema apenas poderá ser resolvido com a superação de uma visão municipalista, passando a ser regionalizada, além disso, com mudanças substanciais na integração.Bittencourt defendeu ainda o Consórcio Metropolitano, que segundo ele contaria com as obrigações e os deveres “dando maior transparência e mais clareza ao Plano Integrado de Transportes”, reiterou.Para o presidente da URBS (Urbanização de Curitiba S/A), Marcos Isfer, a situação pode ser amenizada com o entendimento dos entes municipais, estaduais e federais. Porém, ele alerta a necessidade de haver cuidado com o custo para a operacionalização do sistema, porque isso poderia onerar o usuário. Para isso, ele sugere, entre outras ações, a desoneração fiscal e o subsidio do diesel para o transporte coletivo.Isfer apresentou um estudo feito pela Urbs, no qual mostra a capacidade de ocupação nos ônibus que seria de seis pessoas por metros quadrados. “Hoje temos mais de 2,5 milhões de passageiros circulando diariamente pela Rede Integrada de Transporte (RIT). Vale lembrar que 280 linhas, ou seja, 80%, já adaptadas para a acessibilidade, assim como 60% das estações tubo”, destacou.O deputado Edson Strapasson (PMDB), representando a Comissão de Assuntos Metropolitanos da Assembleia, disse que não pode ser deixada de lado a visão da Grande Curitiba, a metropolitana e que os anéis de integração podem ser num futuro próximo a solução para o transporte coletivo da RMC.PESQUISA – O diretor do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), Airton Amaral apresentou um levantamento de satisfação dos usuários realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas. Dentre os dados levantados, a segurança pública aparece como uma das maiores preocupações das pessoas que usam o transporte coletivo. Das pessoas pesquisadas 40% a 50% consideram ótimo ou bom, enquanto apenas 20% acham péssimo ou ruim e 10% regular. Na pesquisa os usuários destacaram os itens que mais agrada: integração (tarifa única), a educação dos operadores e os horários. Já naqueles que desagradam a segurança aparece novamente no topo da lista, sendo seguida por lotação dos ônibus, tempo de espera, valor da tarifa e tempo de viagem. Quando questionados sobre aquilo que os preocupará daqui dez anos, os entrevistados mais uma vez apontaram a segurança, ficando em sétimo lugar o transporte público. A pesquisa também identificou que 87% dos entrevistados aprovam o atual sistema de transporte.CUSTO – Segundo Amaral, o preço da tarifa é composta pelo custo de operação, tributação e gratuidade, sendo que a carga tributária representa 52% do valor real da tarifa. Ele disse ainda que a desoneração do diesel representaria um impacto de 5%, enquanto que a diminuição dos impostos pagos nas passagens cedidas para gratuidade poderia passar dos atuais R$ 0,28 cobrados para R$ 0,17.