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Audiência alerta para importância da prevenção no combate ao câncer de cabeça e pescoço

O uso excessivo de álcool, cigarros e má alimentação são fatores de risco. Especialistas alertam para o grande número de casos, em especial entre os homens.

Campanhas educativas, hábitos saudáveis, centros de diagnóstico, tratamento precoce. Ações como estas são importantes para evitar os males do câncer de cabeça e pescoço. Elas foram discutidas nesta terça-feira (16) no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) durante a Audiência Pública "Prevenção ao Câncer de Cabeça e Pescoço", proposta pela deputada Cantora Mara Lima (PSC). A discussão faz parte da campanha Julho Verde, celebrado no dia 27 deste mês chamando a atenção para a importância da conscientização e prevenção destes tipos de câncer.

São denominados câncer de cabeça e pescoço os tumores localizados na boca, língua, gengivas, bochechas, faringe, laringe, esôfago, tireoide, amígdalas, palato e seios paranasais. No Brasil, são registrados a cada ano cerca de 40 mil novos casos de tumores malignos, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Esse número significa 4% de todos os tipos de câncer e é o terceiro colocado entre os homens do Brasil.

O médico Gil Henrique Albrecht Ramos, chefe do Departamento de Serviço de Cabeça e Pescoço do Hospital Erasto Gaertner, tratou do tema “Câncer na boca: como aumentar o diagnóstico precoce”. Segundo ele, o câncer é causado por uma série de fatores físicos, químicos, biológicos e psíquicos. “O estilo de vida da pessoa favorece que a semente do câncer se desenvolva”, explicou. Por isso, hábitos como tabagismo e consumo de álcool devem ser evitados. “Tudo favorece para o desequilíbrio celular. Este equilíbrio contribui para a prevenção”, afirmou.

O médico Laurindo Sassi, chefe do departamento do serviço bucomaxilofacial do Hospital Erasto Gaertner, lembrou o trabalho de mais de 30 anos na luta contra o desenvolvimento do câncer nas pessoas. “O que estamos fazendo e o que precisamos fazer para a prevenção no Paraná?”, indagou. Ele mesmo respondeu: a realização de campanhas educativas. Segundo o médico, a educação é tão importante quanto a existência de centros para o diagnóstico precoce da doença.

Já a médica Camila Ferreira Molento, fonoaudióloga e especialista em reabilitação oncológica, falou sobre a importância das próteses bucomaxilofaciais na reabilitação do paciente oncológico. Segundo ela, o uso das próteses tem o objetivo de ajudar na restauração estética, além de substituir o órgão afetado. Para a especialista, no entanto, há a necessidade de que o Sistema Único de Saúde (SUS) faça a reabilitação de pacientes com a prótese. “Esperamos colocar muitas próteses em pacientes tratados pelo SUS”, disse.

A nutricionista Aline Cristina Bucalão de Menezes tratou do impacto da alimentação na prevenção e tratamento do câncer de cabeça e pescoço. Segundo ela, 60% das chances de desenvolver a doença vêm de hábitos como a má alimentação e o tabagismo. “A combinação de boa alimentação e exercícios físicos pode diminuir um em cada cinco casos de câncer. Para a prevenção, temos de evitar o consumo de alimentos industrializados e com adoçantes e estimular o consumo de mais frutas e verduras. Devemos ensinar a importância da alimentação saudável para evitar o câncer”, explicou.

Diagnóstico – No princípio da doença, o câncer de cabeça e pescoço pode não apresentar sintomas, por isso o diagnóstico inicial é importante. Nestes casos, a chance de cura se aproxima de 100%. Com o tempo, podem aparecer sintomas como manchas brancas na boca, dor local, lesões com sangramento ou cicatrização demorada, nódulos no pescoço, mudança na voz e rouquidão.

Para se prevenir, é importante evitar o tabagismo e o consumo abusivo de bebidas alcoólicas, manter higiene bucal, ir periodicamente ao dentista, além de se vacinar contra o papilomavírus humano (HPV) e usar preservativos.

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