Ultraje, deformação, tolice. Foi como classificaram a reforma da Previdência proposta pelo Governo Federal, os participantes da audiência pública que aconteceu na manhã desta sexta-feira (31) na Assembleia Legislativa do Paraná. No Plenário da casa, deputados estaduais e federais, senadores, um ex-ministro e representantes de cinco centrais sindicais defenderam que “o sistema previdenciário brasileiro precisa sim de mudanças mas que a sociedade precisa ser ouvida e que este não é o momento”. Para o senador Roberto Requião (PMDB/PR), a reforma é uma tentativa do Governo de entregar a previdência aos bancos, mas ele tem convicção de que a proposta não vai passar no Congresso.
(Sonora)
O ex-ministro da previdência nos Governos Lula e Dilma, Carlos Gabas, avalia que é necessário avançar primeiro em temas como a alta taxa de juros brasileira, uma das maiores do mundo, e a dívida pública, antes de mexer na previdência.
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A senadora Gleisi Hoffmann (PT) disse que é uma falácia afirmar que o dinheiro da previdência brasileira se mantém apenas com contribuições de patrões e empregados, porque ela é complementada pela contribuição das empresas, entre outros recursos. Por isso, ela afirma que, antes de reformar, é preciso investir nestas empresas para a geração de empregos. A senadora avalia que mobilizações como esta na Assembleia vão contribuir para derrubar a proposta.
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O Governo alega que a reforma da previdência é necessária em função do desequilíbrio entre o que se paga de aposentadorias e o que se arrecada no país e que o rombo estimado para 2017 é de mais de R$ 180 bilhões de reais. O problema é que há muitos pontos polêmicos, como o aumento da idade mínima para a aposentadoria: 65 anos para homens e mulheres e o tempo mínimo de contribuição, que sobe de 15 para 25 anos. O deputado Requião Filho (PMDB), responsável pela realização da audiência na Assembleia, lembrou que a reforma federal está recheada de versões e que a discussão precisa ser feita com fatos.
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Representantes de diversas entidades sindicais, da igreja, vereadores e da comunidade também participaram do debate. Regina Cruz, presidente da CUT Paraná, disse que audiências como esta estão sendo feitas em todo o país e que, ao final, sairá um documento para ser entregue aos deputados federais e senadores.
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Da Assembleia Legislativa do Paraná, repórter Cláudia Ribeiro.