Com qualidades específicas, mulheres conquistam o setor da construção civil

26/08/2011 17h29 | por Adriana Ribeiro
Deputado Plauto Miró (DEM), 1º secretário da Assembleia

Deputado Plauto Miró (DEM), 1º secretário da Assembleia Créditos: Pedro de Oliveira

Deputado Plauto Miró (DEM), 1º secretário da Assembleia
As mulheres estão conquistando cada vez mais o setor da construção civil, até pouco tempo considerado um reduto masculino. Isso está acontecendo porque, segundo pesquisas e até mesmo os próprios empreiteiros, as mulheres são mais caprichosas, criteriosas e organizadas do que os homens, o que resulta em economia e melhor qualidade das obras.
Pensando nesse mercado, que nos últimos anos vem registrando um grande crescimento no País, provocando até mesmo a falta de mão de obra, o deputado Plauto Miró (DEM), 1º secretário da Assembleia Legislativa, apresentou um projeto de lei, de nº 162/2011, que obriga a reserva de 5% de vagas de emprego para mulheres em obras de construção civil promovidas pelo Governo do Estado. A ideia é fazer com que as mulheres tenham acesso garantido em todos os projetos executados pelo Executivo no Paraná.
“Além de garantir a inserção da mulher no mercado de trabalho e gerar renda, este projeto tem o objetivo de impedir discriminações existentes nas contratações dos setores operacionais da construção civil e, consequentemente, a confirmação constitucional do princípio da igualdade”, explica o deputado. Plauto destaca que a reserva de vagas é para cargos na área operacional, portanto, não se enquadram os empregos nos setores de limpeza, faxina e administrativo.
A vice-presidente de Responsabilidade Social do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon - PR), Mayra Doria Nattana, diz que o projeto de Plauto Miró vem oficializar um mercado promissor que está sendo cada vez mais conhecido. “Os empresários já perceberam essa força de trabalho, tanto que estão investindo na capacitação de mulheres para atuarem na construção civil em todo o Estado”.
Um desses projetos, segundo ela, é o “Mulheres Inventando Moda”, desenvolvido pelo Sinduscon, em conjunto com o Sesi e o Senai, sistemas ligados à Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep - PR). A primeira turma do curso de construção civil se formou no último dia 20. Ao todo, 13 mulheres receberam o certificado de conclusão do curso que oferece aulas de alvenaria, carpintaria, hidráulica, elétrica e pintura, além de formação cidadã, com questões de cidadania, meio ambiente, saúde, segurança no trabalho e relacionamento interpessoal.
“Os empresários do setor da construção civil têm uma grande expectativa de formação de mão de obra feminina”, diz Mayra. Segundo ela, dois fatores são fundamentais para que isso aconteça: primeiro a qualidade do serviço e segundo, o comprometimento. “As mulheres são mais caprichosas, principalmente em trabalhos de acabamento e colocação de azulejos; e há ainda a dedicação e envolvimento, o que faz com que elas faltem menos ao trabalho”, explica.
O diretor-regional do Senai/PR, João Barreto Lopes, diz que as novas tecnologias também facilitam a inserção das mulheres na construção civil. “Hoje as mulheres produzem da mesma forma que os homens, já que o setor não exige mais força, e sim técnica”, diz. Lopes explica que o Senai vem registrando uma grande procura de mulheres por capacitações na área da construção civil. Em 2010, elas ocuparam 600 das 2.300 vagas oferecidas em todo o Estado, o que representa 26% do total. De janeiro a julho deste ano, o índice chegou a 25%.
“Estamos percebendo um espaço aberto e as mulheres têm todas as condições de atuarem nessa área, principalmente porque elas apresentam vocações específicas, bem adequadas ao trabalho da construção civil”, comenta. Lopes se refere às áreas de acabamento e pintura, principalmente, que, segundo ele, exigem mais sensibilidade.
O projeto do deputado Plauto Miró aguarda atualmente parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre duas emendas apresentadas pela deputada Luciana Rafagnin, em nome da bancada do PT, e pelo deputado Fernando Scanavaca (PDT). A emenda modificativa dos petistas sugere que a reserva de empregos para as mulheres seja de no mínimo 5% do total de vagas oferecidas na obra licitada. O deputado Fernando Scanavaca (PDT) apresentou um substitutivo geral que determina um percentual de contratações de acordo com o número de vagas ofertadas. Para obras que tenham de 100 a 200 vagas, a reserva deve ser de 2%; de 201 a 500 vagas, 3%; de 501 a 1000 vagas, 4%; e acima de 1001 vagas, 5%. Se forem aprovadas, o projeto será votado pelos deputados em Plenário.

 

Agenda

TRAMITAÇÃO DE PROJETOS

LEIS ESTADUAIS

PROJETOS PARA JOVENS

  • Visita Guiada
  • Geração Atitude
  • Parlamento Universitário
  • Escola do Legislativo
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná © 2019 | Desenvolvido pela Diretoria de Comunicação