Combate ao diabetes é tema do Grande Expediente da Assembleia Espaço foi ocupado pela vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Rosângela Réa, que alertou para os números preocupantes, as causas e como prevenir a doença.

11/11/2019 17h18 | por Thais Faccio
Rosângela Réa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes e professora adjunta do Serviço de Endocrinologia do Hospital de Clínicas do Paraná (HC).

Rosângela Réa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes e professora adjunta do Serviço de Endocrinologia do Hospital de Clínicas do Paraná (HC).Créditos: Dálie Felberg/Alep

Rosângela Réa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes e professora adjunta do Serviço de Endocrinologia do Hospital de Clínicas do Paraná (HC).

O diabetes, causas, consequências e prevenção foram apresentados nesta segunda-feira (11), durante o Grande Expediente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), pela endocrinologista Rosângela Réa. Ela é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes e professora adjunta do Serviço de Endocrinologia do Hospital de Clínicas do Paraná (HC) e recebeu o convite dos deputados Dr. Batista (PMN) e do presidente do Legislativo, Ademar Traino (PSDB).

“Esse é o momento ideal para o debate sobre que políticas públicas exigem reforço e outras que são necessárias para a prevenção e o tratamento do diabetes. É fundamental alertar aos órgãos públicos da necessidade de práticas inovadoras para amenizar o problema”, observou o deputado Traiano. “O tema é polêmico, desconhecido por muitos e traz muitas complicações à saúde. Por isso, atenção aos sintomas e à prevenção são fundamentais para combater a enfermidade”, disse o deputado Dr. Batista. “Às vezes as pessoas se esquecem de praticar uma atividade física, por exemplo. Já vi casos de pessoas com diabetes que se tornaram atletas. A prevenção é a melhor cura”, conta o parlamentar que é cirurgião do aparelho digestivo e autor do projeto de lei que originou a Semana Estadual de Conscientização, Prevenção e Combate à Diabetes.

Em sua palestra, a médica, Rosângela Réa alertou para os números da doença que são preocupantes.  São mais de 14 milhões de pessoas com diabetes; 13% da população possui a doença e perto de US$ 24 bilhões de dólares são gastos para tratar da enfermidade.  Os tipos, de acordo com ela são: a Tipo 1 (quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina), Tipo 2 (quando o pâncreas não produz nenhuma insulina, ou quando ela não pode ser usada de maneira adequada) e a Gestacional (diabetes pode aparecer durante a gestação podendo continuar após ou desaparecer).

“De 5 a 10% dos pacientes apresentam o Tipo 1 e 90% possuem o Tipo 2, que se instala preferencialmente depois dos 40 anos”, observou. “A mortalidade do diabetes e a suas complicações já são maiores que o somatório de mortalidade pela Aids, tuberculose e malária. Não é só algumas pessoas que devem se preocupar, mas o país inteiro que deve se preocupar com essa situação”, alertou.

Números - “Nós estamos em quarto lugar no mundo em número de pacientes e em quinto no de valores gastos com a doença. São números impressionantes. Por isso, devemos controlar a glicemia, e aproveitar o Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, para debater e promover campanhas de prevenção e combate à doença”, frisou. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que 1 em cada 11 pessoas no mundo tem diabetes. Em 2014, a estatística apontava para 422 milhões de diabéticos, um salto em relação aos 108 milhões de 1980. Entre 2006 e 2016, só no Brasil, o Ministério da Saúde releva que houve um aumento de 60% no diagnóstico da doença. Segundo estudo divulgado em março de 2018 pela universidade britânica King’s College, em parceria com a Universidade de Gottingen, da Alemanha, os custos da diabetes no Brasil vão dobrar até 2030, chegando a US$ 97 bilhões, em estimativas mais conservadoras, ou até US$ 123 bilhões (R$ 406 bilhões), em um pior cenário.

A médica Rosângela Réa também afirmou que os números acabam ficando alarmantes, se analisarmos que há 13 milhões de pessoas que possuem o diagnóstico e mais de 10 milhões pacientes sem diagnóstico. “O diabetes é uma doença silenciosa. E vemos que 46% dos nossos pacientes não possuem um diagnóstico. É preciso descobrir o diabetes precocemente, localizar estes casos e para isso há a necessidade de fazer o teste de glicemia”, disse.

Para ela, quem tem o pré-diabetes, que é a condição em que o açúcar no sangue está elevado, mas não o suficiente para ser classificado como diabetes do tipo 2, se tratado a tempo ele pode ser evitado. “Nós temos as pessoas que possuem o diabetes, os que não sabem que possuem a doença e os que estão na fase do pré-diabetes. E para evitarmos essa condição temos que cuidar da alimentação, com uma dieta saudável e praticar regularmente atividade física”, disse ao lembrar que em outubro deste ano foi aprovado no Congresso Nacional, a Política Nacional de Prevenção do Diabetes.

Lei estadual - A Semana Estadual da Conscientização, Prevenção e Combate a Diabetes foi instituída por lei em 2015 para estimular que o poder público e a iniciativa privada promovam campanhas de alerta aos cuidados para evitar a doença. De 9 a 18 de novembro, anualmente, são feitos atendimentos, exames, palestras e atividades específicas em hospitais, escolas, universidades e empresas. A data coincide com o Dia Mundial da Diabetes, celebrado em 14 de novembro. 

De acordo com o projeto de lei do Dr. Batista (71/2015), que deu origem à lei a “Diabetes Mellitus é uma doença do metabolismo da glicose causada pela falta ou má absorção da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, cuja função é quebrar as moléculas de glicose para transformá-las em energia aproveitada por todas as células”. A lei pretende estimular ações do “Poder Executivo Estadual, em conjunto com as demais entidades que se relacionam com a prevenção, combate e tratamento da doença”.

14 de novembro - Criado em 1991, o Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, foi criado pela Federação Internacional do Diabetes (IDF, sigla em inglês) em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em resposta às preocupações sobre os crescentes números de diagnósticos no mundo. Em 2007 a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou a data, com a aprovação da Resolução 61/225. A data foi escolhida por marcar o aniversário de Frederick Banting que, junto com Charles Best, concebeu a ideia que levou à descoberta da insulina em 1921.

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