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Comissão de Ecologia pede revisão de dados sobre desmatamento florestal

04/07/2012 18h37 | por Nádia Fontana
A Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa vai pedir a revisão do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, referente ao período de 2010 a 2011, apresentado no final de maio pela Fundação SOS Mata Atlântica, e que traz dados divergentes dos divulgados por órgãos oficiais.
“Os dados do Atlas não condizem com os apresentados pelo Instituto Ambiental do Paraná e o Ibama”, destacou o deputado Luiz Eduardo Cheida (PMDB), presidente da comissão, nesta quarta-feira (4), ao informar sobre os motivos da participação dos representantes da entidade e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) na sessão plenária.
Na ocasião, o pesquisador Flávio Jorge Ponzoni, do INPE, e Marcos Rosa, diretor da empresa que executou o mapeamento florestal em parceria com o instituto, fizeram uma explanação técnica sobre a metodologia adotada no monitoramento de florestas. Segundo o deputado Cheida, “a SOS Mata Atlântica aponta cerca de oito mil hectares a menos de desflorestamento em relação aos dados do IAP e Ibama. Por isso, pediremos a revisão da pesquisa”. O vice-presidente da comissão, deputado Rasca Rodrigues (PV), completa: “Nosso modelo de sustentabilidade precisa ser revisto imediatamente”.
Durante os pronunciamentos foram adiantadas possíveis falhas na metodologia usada pela ONG no monitoramento das florestas, que é feito a partir de imagens de satélite. Marcos Rosa, responsável pela interpretação de dados da pesquisa, conta que os critérios são muito conservadores e isso pode ter influenciado na diferença de informações. “Nosso método não faz a leitura do desmatamento em áreas menores do que três hectares, por exemplo. Além disso, só levamos em consideração os remanescentes íntegros”. Rosa ainda justifica que a grande quantidade de nuvens nos dias da aferição pode ter prejudicado os resultados.
Além de pedir a revisão do levantamento feito pela SOS Mata Atlântica, a Comissão de Ecologia e Meio Ambiente solicitará por meio de ofícios ao Ibama e ao IAP as coordenadas geográficas das multas aplicadas em 2010 e 2011. "Essas informações vão ajudar a SOS Mata Atlântica na revisão dos dados", aponta o deputado Cheida.
Falhas – Segundo o deputado Cheida, responsável pelo convite aos membros da ONG e do INPE, ao lado do deputado Rasca Rodrigues, que coordena a Frente Parlamentar Ambientalista, essa exposição teve por objetivo esclarecer todo o conjunto dos deputados sobre o documento. “A SOS Mata Atlântica aponta desflorestamento de 13 mil hectares no país, uma diferença de mais de nove mil hectares em relação aos dados apresentado pelo IAP e Ibama”, explicou Cheida.
“Algo está errado. O nosso modelo de sustentabilidade precisa ser revisto imediatamente. No Paraná os pinheiros estão caindo na calada da noite e as nossas florestas estão sendo comidas pelas bordas”, aponta Rasca Rodrigues. Dados do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) mostram 5.522 hectares de desmatamento e 2.510 autuações por corte irregular entre os anos de 2010 e 2011. “Estes números representam 2,2 hectares desmatados por autuação”, calcula o deputado do PV. Já o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) registrou neste período 605 hectares de desmatamento ilegal. Assim, também na opinião de Rasca, o Paraná desmata mais do que afirma a ONG no seu último atlas.
Pesquisa – A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais divulgaram no final do mês de maio, quando foi comemorado o Dia Nacional da Mata Atlântica, os dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, para o período de 2010 a 2011. Para aquele período foram verificados desflorestamentos de 13.312 hectares (ha), ou 133 Km². Destes, 12.822 ha correspondem a desflorestamentos; 435 ha correspondem à supressão de vegetação de restinga; e 56 ha à supressão de vegetação de mangue.
Da área total do bioma Mata Atlântica, de 1.315.460 km2, foram avaliados no levantamento 1.224.751 km2, o que corresponde a cerca de 93%. Foram analisados os estados do Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Bahia.
A entidade afirma que por causa da cobertura de nuvens, que prejudicam a captação de imagens via satélite, foram avaliados parcialmente os estados da Bahia (57%), de Minas Gerais (58%) e do Espírito Santo (36%). Nos demais estados do Nordeste que estão dentro dos limites do bioma – Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte – a análise foi impossibilitada devido à ocorrência de nuvens. Entre os estados avaliados, Minas Gerais e Bahia continuam em situação mais crítica, sobretudo nas regiões com matas secas.
Participaram também da sessão desta quarta-feira Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica; Márcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento da ONG; e José Augusto Callado Afonso, superintendente do Ibama no Paraná.

 

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