A Comissão de Fiscalização da Assembléia Legislativa, que analisa a possível compra de parte das ações Usina Elétrica a Gás (UEG) de Araucária, reuniu-se, na manhã desta terça-feira (09), com o ex-presidente da Copel, Ingo Hübert e o com os representantes da El Paso, Celso Pereira da Silva e José Henrique Lutz Barbosa. A intenção da comissão é formular um relatório sobre a aquisição da participação da El Paso na termoelétrica pela Copel antes que o projeto autorizando o negócio seja votado. A compra dos 60% da El Paso seria uma forma de evitar o processo que a multinacional americana move contra a Copel e o governo do Estado com a quebra do contrato em 2003. A multa pelo fato da usina ainda não ter entrado em funcionamento pode chegar a 1 bilhão de dólares. O deputado Durval Amaral, integrante da Comissão, aproveitou a audiência pública para perguntar ao diretor técnico da empresa, Celso Pereira da Silva, se a usina corria risco de explosão, já que este foi um dos motivos alegados pelo Governo para justificar o rompimento contratual. Hipótese que foi categoricamente negada por Silva. Outra indagação do deputado foi sobre o valor efetivamente investido pela El Paso na usina, apontado em 189 milhões de dólares. O diretor técnico falou ainda sobre a existência de uma cláusula contratual, estabelecendo que após 20 anos de vigência da contratação todo o patrimônio da termoelétrica será transferido, pelo valor simbólico de R$ 1,00 para a Copel. Amaral questionou se haveria a possibilidade da El Paso continuar no empreendimento caso o Governo do Estado, através da Copel, resolvesse colocar a usina em funcionamento sem a dissolução da sociedade. No que, não só o representante técnico, mas também o diretor jurídico Lutz Barbosa, afirmaram que a empresa participaria da sociedade por acreditar na viabilidade da UEG Araucária. O ex-presidente da Copel também respondeu a uma série de dúvidas sobre o risco de explosão, viabilidade e sobre a possibilidade da termoelétrica entrar em operação, além da cláusula contratual que determina a devolução da usina ao Estado do Paraná em um prazo de 20 anos. A partir dos resultados dessa audiência, Amaral diz que pode chegar a duas conclusões: em primeiro lugar, a termoelétrica é viável e, em segundo, que o Estado não precisa desembolsar 190 milhões de dólares para comprar a participação da El Paso porque, ao final de 20 anos de operação, ela vai pertencer a Copel custando apenas um real. “Ou seja, se ela pode entrar em operação com a participação dos mesmos sócios, não é muito mais vantajoso colocá-la em funcionamento mantendo a parceria? Porque imobilizar se esse ativo imobilizado vai ter que ser rentabilizado e vai acabar afetando a tarifa. Isso só vai tornar a tarifa de energia elétrica mais cara, porque como a Copel vende energia, seu interesse é comprar a energia gerada pela UEG e vende-la para a população de forma lucrativa”, encerra o deputado. Karla Santin – Assessoria de ImprensaDeputado Durval Amaral Informações: (41) 3350-4027