Jovem na idade, preparada desde sempre para assumir um cargo público. E, nesse caso, o ditado “filho de peixe, peixinho é”, nunca foi tão verdadeiro.  

 Ela tinha apenas quatro anos de idade quando subiu em um palanque pela primeira vez. Os candidatos na época eram o pai, Ricardo Barros (PP), que disputava uma cadeira na Câmara Federal e Jaime Lerner, na disputa pelo Governo do Paraná. Mas foi bem mais tarde, mas no auge da juventude, aos 16 anos, que Maria Victória Borghetti Barros (ela também é filha da vice-governadora, Cida Borghetti) se filiou ao Partido Progressista (PP) onde permanece até hoje. “Logo que entrei, já comecei a  fazer um trabalho com a Juventude Progressista, onde fui presidente até dois anos atrás”, conta a entrevistada desta semana do programa “Fala Deputado”.

  Com esse engajamento político, e esses sobrenomes de peso, a candidatura precoce seria  inevitável. E, aos 23 anos, ela disputou e venceu a eleição para deputada estadual.  “A política está no sangue mesmo. E nem  me imagino fazendo outra coisa. Tem sido muito gratificante”, diz.

 Na Assembleia, defende projetos voltados para as mulheres, crianças, idosos, juventude  e para a área da educação. Tanto que conseguiu aprovar ano passado o projeto, que já virou lei,  que instituiu nas escolas públicas do estado a Semana da Lei Maria da Penha. Ela também é integrante de comissões importantes da Casa,  como as de Educação e  Defesa dos Direitos da Mulher.

  Fora da Assembleia, Maria Victória até que tenta, mas não consegue levar uma vida normal para uma garota  da sua idade. “É muita responsabilidade ocupar uma cadeira aqui na Casa. É um desafio diário, mas com força de vontade e energia, acho que estou conseguindo fazer a diferença”.

  E ela não para. A rotina da parlamentar é intensa. De manhã, antes de ir para o trabalho, faz atividade física. “Depois é só  reunião, plenário... 24 horas por dia”. Lazer mesmo apenas  quando encontra os amigos de infância e adolescência (tanto os de Curitiba como os de Maringá, onde morou até os 13 anos)  e quando pega em uma tela para pintar. “Não sou profissional. É um hobby. Tento, pelo menos uma vez por mês, dedicar um tempo para essas duas coisas: os amigos e a pintura”.

 - Mas na correria do dia a dia, dá tempo para ouvir uma música, não é deputada? -  Questionaram os jornalistas Trajano Budola e Carolina Prestes. E ela  foi logo respondendo: “Ah sim! Gosto de música.  Ouço do sertanejo ao clássico”.

  Maria Victória também contou da experiência de morar fora do país. E disse que, muito do que tem implementado como deputada,  foi inspirado em fatos que presenciou e que foram bem sucedidos. Também confessou  que se preparou para estar onde está hoje. E que ser jovem não é ser inexperiente. Pelo contrário. “O Parlamento precisa de gente jovem, porque renova a política”, afirmou. E terminou a entrevista com um chamamento: “Filiem-se a  algum partido. Não adianta reclamar dos políticos e não fazer nada para mudar, não é? Estamos em busca de jovens, adultos, mulheres, enfim, de quem estiver disposto a  fazer a diferença”, convidou.