Debate do Mínimo Na Al Começa Com Presidente da Fiep

17/04/2006 17h49 | por Flávia Prazeres
Para Editoria de PolíticaDistribuído em 17/04/06Jornalista: Flávia PrazeresA semana na Assembléia Legislativa será permeada por debates acerca da mensagem do Poder Executivo que pretende instituir no Paraná o mínimo regional, sendo de R$ 437 ao invés de R$ 350,00, mínimo praticado em todo país. A série de debates teve início com o presidente da Federação das Indústrias do Paraná, Rodrigo Rocha Loures.Para o representante da Fiep, existe um relacionamento suficientemente maduro nas relações entre trabalho e capital que possibilitam a construção de valores salariais para o bom funcionamento das atividades produtivas. Entretanto, ele alerta que os pisos de remuneração devem levar em conta as repercussões sobre a competitividade das empresas e as finanças públicas.O recente estudo, realizado pelo Departamento Econômico da Fiep, identificou que o mínimo regional poderá implicar em aumento de desemprego e informalidade. Além disso, o estudo percebeu um aumento substancial nos custos das empresas, em conseqüência do acréscimo da folha de pagamento, incremento proporcional de encargos sociais, entre outras atribuições trabalhistas.A posição da entidade é que para a melhoria salarial sejam aplicadas outras políticas, tais como a melhoria na qualidade dos serviços públicos, como, por exemplo, aqueles ligados à saúde, à educação e à segurança. Outra medida apontada pela entidade é tornar mais eficiente o gasto público. E ainda considera que o aumento dos juros e da carga tributária para sustentar o financiamento do setor público impediu a melhoria da remuneração dos trabalhadores. A análise feita em 94 setores, entre eles o alimentício, levantou que a grande maioria das empresas estão abaixo deste piso. Na área alimentícia, por exemplo, mais de 98% está abaixo do mínimo regional, um setor que emprega metade da mão-de-obra. “A resolução de um salário diferenciado deveria ser tomada pelas partes, pois quando os envolvidos cuidam deste tipo de negociação é mais produtivo, pois a economia é muito dinâmica. Devemos também pensar na questão de competitividade em relação aos outros estados brasileiros e na realidade vivenciada por cada setor”, enfatizou Rocha Loures.DEBATE - Durante a exposição do presidente da Fiep, o deputado Ademar Traiano (PSDB) lembrou que o impacto do salário mínimo pode, além de atingir os empregadores recair sobre os consumidores, caso o aumento seja repassado. De acordo com a Fiep, um piso salarial acima do suportado pelas empresas poderá gerar um repasse dos custos financeiros para os preços dos bens e serviços.Na seqüência, o deputado Natálio Stica (PT), falou que o valor do salário mínimo ainda está muito aquém. Para ele, a mensagem do governo é ousada “uma forma de fazer o mínimo avançar, recuperar o poder de compra da classe assalariada, pois viver com um mínimo de R$ 350,00 é humanamente impossível. O empresário tem que parar com a política de repassar e encontrar saídas”. O parlamentar ainda ressaltou que a proposta abrirá caminhos para aumentos ainda mais significativos nesta área.De acordo com o parlamentar Nelson Justus (PFL), a Assembléia sempre adotou a política de votar favorável a aumentos salariais. “Esta Casa sempre votará a favor de aumento salarial, é até uma questão cultural. Entretanto, para analisarmos estas propostas seria importante que as entidades patronais nos apresentassem em números o impacto deste aumento”, afirmou Nelson Justus (PFL).O presidente da entidade apontou que há necessidade de programas de apoio ao empreendedorismo e de capacitação profissional, o que para ele representaria um salto na produtividade dos trabalhadores. E ainda apresentou a análise feita pela Fiep que alerta para a necessidade de prestar atenção nas peculiaridades de cada setor e empresa, pois há diferentes e heterogêneas atividades de produção e serviços.Na opinião do deputado Ângelo Vanhoni (PT), deve haver um reajuste salarial e ele declarou que o mais importante é conhecer em números a remuneração dos trabalhadores nas diferentes áreas, seja civil, têxtil ou industrial. “O aumento de salário faz com que a economia gire”, concluiu.Em contrapartida, Rocha Loures entende como crescimento a aplicação de investimentos. E ainda ressaltou que o país vem desenvolvendo uma política de ajuste fiscal, que segundo ele impede o crescimento. Os debates terão continuidade nesta terça-feira (18) com o representante da Força Sindical e ainda deverão participar dessa discussão outras entidades: Central Única dos Trabalhadores (CUT), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep).

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