As duas empresas fazem parte do grupo Dominó que detêm 39% de ações da Sanepar. Com a aquisição, a Copel passaria adquirir 45% das ações da holding, porém mantém-se minoritário na sociedade, ou seja, sem poder de decisão.O deputado explica que a Lei 14.286/04 proíbe a Copel de ser sócia minoritária em qualquer empreendimento e exige também que qualquer negociação da companhia para compra ou ampliação da participação societária terá de ser previamente aprovada pela Assembléia. “Nenhuma coisa e nem outra. A Copel permanece minoritária e os deputados não foram consultados. Acho que o Governador esqueceu que no Estado há uma casa de leis a qual se faz presente e que exige explicações das ações do governo. Supremacia equivocada essa. Não vamos ser coniventes com nenhuma atitude enigmática que envolva o dinheiro público”, afirmou Carli Filho. Outro fato que incomoda o deputado são os desencontros dos valores de compra. Segundo o parlamentar, as ações da Sanedo estão avaliadas em R$ 75 milhões, embora a Copel tenha feito recentemente uma proposta de R$ 110,5 milhões, superior ao valor de R$ 109,2 milhões negociado em julho desse ano. “Nunca ouvi falar de alguém que tenha oferecido pagar a mais na hora da compra. São coisas absurdas que só vemos acontecer nesse governo”, disse Carli Filho. “De acordo com a Junta Comercial do Estado, o valor máximo a ser pago por ações é de aproximadamente R$ 77 milhões. O valor está extrapolado em mais de 30 milhões. É uma operação completamente ilegal e que fere a legislação estadual”, acrescenta. Os integrantes da bancada de oposição e de governo chegaram a um entendimento para que os envolvidos na operação venham à Assembléia prestar informações em plenário a partir do dia 10 de dezembro. São eles: presidente do conselho de administração da Dominó Holdings, Marlik Bentabet, do presidente do conselho de administração da Copel, João Bonifácio Cabral, do ex-procurador do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, do diretor-presidente da Copel, Rubens Ghilardi, e do diretor de geração e transmissão de energia e de telecomunicações da Copel, Raul Munhoz Neto.