O deputado estadual e vice-líder do governo na Assembléia Legislativa, Cleiton Kielse (PMDB), alertou os prefeitos e vereadores eleitos nas últimas eleições, em debate gravado nesta quarta-feira (10) pela TV Sinal, que tenham muita cautela com a contabilidade e os investimentos de seus municípios em 2009. Kielse defendeu a retenção de recursos e a adaptação rápida das Prefeituras às conseqüências da crise econômica mundial que, certamente, causarão impactos na economia paranaense a curto, médio e longo prazo. "Ninguém que venha a assumir os mandatos deve comprometer acima de 50% de sua capacidade de investimento em funcionalismo público, visando uma precaução à redução de recursos públicos e privados que certamente ocorrerá", explicou. Kielse aconselhou as Prefeituras a pouparem e a descartarem gastos excessivos no primeiro ano de mandato. "O comportamento das Prefeituras deve ser, nesta crise, igual ao das pessoas. Não podem deixar de comprar e gastar, mas devem ter precaução e gordura guardada para adaptação aos efeitos da crise", alertou. O parlamentar ressaltou ainda que o Paraná, apesar de já responder à crise e ter condições de equilíbrio maiores que outros estados, também sentirá o impacto. "Estamos trabalhando ainda em cima de previsões e sabemos que o tamanho do impacto vai depender do que acontecer no resto do mundo; não do governador e nem da Assembléia. Porém, basta lembrar que a crise chegou e já afeta as empresas, com demissões e férias coletivas". O deputado Kielse, adepto de uma atuação parlamentar municipalista, tem advertido os líderes de sua base eleitoral para os efeitos da crise econômica e discutido como os gastos públicos devem ficar protegidos de conseqüências negativas. "Tenho tido reuniões duras e radicais com os prefeitos. Se eles não se contiverem, terão muitos problemas para fechar suas folhas de pagamento em 2009. Eles devem ter cuidado também nas nomeações, que costumam ser mais políticas do que técnicas", lembrou. A redução da taxa de arrecadação, a desaceleração da economia e o desempenho macroeconômico requerem, segundo Kielse, cuidados especiais aos prefeitos e vereadores que assumem seus mandatos no próximo dia 1º de janeiro. "O mercado e as grandes empresas chefiam não só a economia, como boa parte da arrecadação pública. De aproximadamente 170 mil empresas no Paraná, cerca de 3 mil comandam 96,9% de nossa economia. Ninguém sabe o que vai acontecer, mas, apesar do resquício de créditos que o Brasil ainda tem, é hora de ficar atento às dificuldades e de poupar. E isso vale também para as Prefeituras e Câmaras Municipais", alertou o deputado.MINIRREFORMA – Durante a gravação do programa "ALEP em Debate", na TV Sinal, Kielse destacou ainda a importância da aprovação da minirreforma tributária proposta pelo governador Roberto Requião, que reduz a alíquota de 25% a 18% para 12% do ICMS de 95 mil itens de consumo popular. Para Kielse, a intenção do governo é não só devolver condições de empregabilidade e reinvestimento às empresas, como atender a um projeto social. "Desde 2003, o governo vem reduzindo o impacto do ICMS, beneficiando 97% das empresas, algumas até com a isenção do imposto. Agora, queremos devolver os benefícios diretamente ao cidadão, retirando de uma ponta e colocando na outra", explicou. Segundo o parlamentar, será evidente a redução imediata de 6% a 9% do custo de vida do paranaense, principalmente aqueles de baixa renda, mesmo com o aumento de dois pontos percentuais nas alíquotas sobre energia elétrica, cigarros, bebidas, telefonia, gasolina e álcool. "Temos tido um processo interessante de desoneração, resultando agora em benefícios diretos à população. O projeto é também um anteparo que visa minimizar os efeitos da crise econômica que já atinge montadoras e outras empresas privadas no Paraná", apontou.