16/04/2008 14h28 | por Carlos Reiss / 41 9925-4221 / carlosreiss@gmail.com
O deputado estadual Cleiton Kielse (PMDB) repassou ao Ministério Público a denúncia de que o município de Fênix vem sendo administrado de uma Delegacia de Polícia, em Campo Mourão. A revelação aponta o então prefeito Aristóteles Dias dos Santos Filho, o Totinha, como responsável por gerir a Prefeitura de Fênix de dentro de uma cela. Ele está preso e indiciado como mandante do homicídio de Manoel Custódio Ramos, o Nego, ex-prefeito de Fênix. No mês passado, a Câmara de Vereadores rejeitou o pedido de prorrogação, por mais três meses, de sua licença do cargo. "Nossa preocupação dá-se quanto à temerosa atitude dos vereadores de Fênix, que negaram a licença, impulsionando certamente a condutas duvidosas, possíveis desvios e outros movimentos comprometedores", alertou o deputado. Segundo Kielse, a situação remete a suspeitas sobre a transparência da aplicação dos recursos do orçamento do município. O deputado ressaltou que a Justiça deveria convocar os vereadores que negaram licença ao prefeito para elucidar quais os interesses que os demovem e quem serão os responsáveis por gastos indevidos que tenham sido efetivamente executados sem ordenamento legal. "Queremos saber quais são os projetos indicados pelo prefeito preso e quem são os reais mandatários desse município. Assim, poderemos pedir uma auditoria que venha a resgatar a transparência e a defesa do erário público", explicou o deputado.Nos ofícios endereçados ao Ministério Público estadual e ao juiz substituto da comarca de Engenheiro Beltrão, Rodrigo do Amaral Barboza, o deputado Kielse reiterou que o município transformou-se em palco de zombarias, inclusive com comentários de autoridades que afirmam que Fênix seria "a única cidade na qual o prefeito é fantasma e despacha da cela de uma delegacia". Outro comentário jocoso que circula no município, segundo Kielse, assinala que "se a administração for alvo de corrupção e desvio de dinheiro, o prefeito já estaria preso e que ele nem saberia o que se passa na Prefeitura".Eleito como vice-prefeito, Totinha está preso desde junho de 2007. Em agosto, a Câmara de Vereadores cassou seu mandato. Mesmo preso, Totinha, conseguiu reavê-lo na justiça e chegou a administrar a cidade por uma semana, quando pediu licença da função.