O deputado estadual Fernando Carli Filho (PSB) afirmou nesta terça-feira (5) que a decisão da Assembleia Legislativa de derrubar o veto do governador Roberto Requião (PMDB) e beneficiar 35.000 professores é uma demonstração de que os parlamentares estão identificados com os problemas da sociedade paranaense. “Os professores cumpriram a sua parte ao fazerem os cursos. É mais do que justo que agora exerçam suas profissões legalmente, até mesmo porque a sociedade paranaense precisa deles”, salientou.Numa concorrida sessão, que teve as galerias lotadas de professores, 44 deputados decidiram anular o veto de Requião ao projeto de lei que propunha o registro dos diplomas expedidos pela Faculdade Vizinhança Vale do Iguaçu (Vizivali), de Dois Vizinhos, no Sudoeste do Estado, através da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).Os professores fizeram cursos de capacitação de docentes na Vizivali há mais de dois anos e desde então vêm lutando para que o diploma seja reconhecido. Na época, o deputado petista Péricles de Mello apresentou um projeto propondo o registro, que foi aprovado pela Assembleia e posteriormente vetado pelo governador Requião. Agora, o veto foi derrubado.Durante a sessão, ficou claro que a votação não encerra o dilema dos professores, pois há resistências no Ministério da Educação. “Nós temos que fazer a nossa parte, que é defender os interesses do povo paranaense”, argumentou Fernando Carli Filho. “E digo mais: situações como essa levantam uma problemática antiga, que é a necessidade de refletirmos se o ensino superior no Paraná está tendo o suficiente alcance para atender as demandas da sociedade” – questionou.Fernando Carli Filho entende que a realização do curso numa universidade e o registro dos diplomas em outras “não deixa de ser um arranjo, tolerável neste momento diante das circunstâncias, já que os professores não podem pagar por um desacerto de tal ordem”. Mas ele insistiu na importância de um diagnóstico apurado do ensino superior no estado, ao defender cursos que tenham identidade com a realidade regional.