O deputado estadual Cleiton Kielse (PMDB) solicitou ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), nesta sexta-feira (14), informações sobre a projeção de veículos que trafegam nas principais avenidas de Curitiba e uma estimativa de tempo em que os semáforos atrasam o trânsito na capital. Esse é o primeiro passo para que o deputado faça o requerimento de alteração no projeto da Linha Verde na cidade, através do apoio do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) e do IPPUC. "Com o plano original, não visualizo a construção dos viadutos e muito menos a melhoria do trânsito na capital", explicou o deputado. O objetivo do parlamentar é solicitar ao Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) o apoio da entidade para que o projeto da Linha Verde na capital paranaense seja modificado. Kielse pretende apresentar ao DNIT uma proposta que sugere desafogar o trânsito em Curitiba através da construção de viadutos, com suas devidas alças e passagens, e a retirada dos semáforos do plano original da Linha Verde. "Não adianta inutilizar a Linha Verde com um trânsito que não fluirá e continuar centralizando o tráfego na área central de Curitiba", destacou o deputado. Segundo Kielse, a falta de viadutos é um ponto crítico do projeto. "A Linha Verde vai manter os mesmos congestionamentos que tanto nos prejudicam. Ela não pode possuir tantos sinais de trânsito e muito menos tantas travessias no mesmo nível da avenida", explicou o parlamentar. O projeto original prevê 12 interseções semaforizadas no decorrer da Linha Verde, que farão o trânsito pesado da antiga BR-116 parar sempre que o semáforo abrir para os veículos que precisam atravessar a rodovia ou simplesmente entrar na nova avenida. As mesmas idéias já vêm sendo defendidas, desde o ano passado, por especialistas na área. O professor do Curso de Educação e Gestão de Trânsito e Transporte da PUC-PR, Paulo Fernando da Silva Moraes, e o professor do departamento de Engenharia de Transporte da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Eduardo Ratton, acreditam que é possível rever o projeto e acrescentar os chamados "cruzamentos em desnível". Eles afirmam que a ruas paralelas com sentidos opostos no mesmo nível da via rápida, a principal maneira dos motoristas cruzarem a Linha Verde, provocarão congestionamentos tão grandes quanto os atuais. Segundo Paulo Moraes, nem mesmo a semaforização inteligente suportará o grande fluxo de veículos na antiga BR. Viadutos O deputado Kielse apontou a necessidade de construção de pelo menos nove grandes viadutos em áreas críticas do tráfego em Curitiba. Elas incluem trechos no centro da cidade e cruzamentos problemáticos entre o Atuba e o Pinheirinho, incluindo mudanças nas ruas Fagundes Varela, Salgado Filho, Brigadeiro Franco, XV de Novembro e na Vila São Pedro. "São pontos que precisam dessas passagens ligadas à Linha Verde para desafogar o trânsito também na região central", apontou o deputado. Kielse garante que essas mudanças na nova avenida urbana resolverão o problema viário na capital paranaense por muitos anos. "Em São Paulo, visualizamos a importância dos viadutos para desafogar um trânsito que seria muito mais caótico na ausência deles. Curitiba deve seguir o mesmo caminho", finalizou o deputado.