Luiz Cláudio Romanelli* O Produto Interno Bruto nacional deve crescer cerca de 1% este ano e a projeção para 2010 é de 5%. Superamos a crise financeira e voltamos a crescer. Neste quesito, o que nos cabe destacar é que em praticamente todas as áreas o crescimento do Paraná é superior à média nacional. Se isso significa alguma coisa (e significa) é que está comprovado o acerto das políticas públicas e de desenvolvimento do governo estadual. Em artigo publicado pela imprensa no início da crise financeira internacional, no ano passado, afirmei que haveria necessariamente conseqüências negativas, e que seria uma ilusão esperar o contrário. O Brasil não é uma ilha entre as nações, e o Paraná tampouco detém essa condição. Defendi também a idéia de que a melhor forma de enfrentar a crise seria por meio de uma política corajosa, mantendo-se os investimentos públicos, nas áreas sociais e de desenvolvimento. Isto não é tão óbvio como pode parecer agora. Houve países, estados e cidades que seguiram o caminho oposto. Hoje, o balanço que pode ser feito é o seguinte: se o Brasil superou a crise em relativamente pouco tempo e se o Paraná apresenta índices tão expressivos, é porque o caminho apontado, de apostar no desenvolvimento, estava correto. Vejamos. A produção industrial paranaense em julho foi a que mais cresceu no Brasil, em relação a junho deste ano: 15,3%, superando de longe a média nacional de 2,2%. Para se ter uma idéia do que isso representa, São Paulo registrou crescimento de 1,4% e Minas Gerais e Rio de Janeiro, 1,8%. Isso mostra uma grande capacidade de reação aos desafios postos pela crise. Mostra também que as políticas do governo federal encontram no Paraná condições favoráveis para sua implementação. A produção industrial é um excelente termômetro para se avaliar o estado geral de uma economia. A indústria se alimenta de matéria-prima e sua produção alimenta o comércio. Quando a indústria cresce, a economia em seu conjunto floresce. O crescimento industrial do Paraná é um indício seguro de que a economia estadual no seu todo vai bem. Uma das medidas do governo estadual que mais beneficiou a economia foi a redução de impostos para a pequena e microempresa. Dos 218 mil estabelecimentos desse tipo existentes no Estado, 172 mil (78%) são beneficiados pela isenção ou redução de impostos, política adotada pelo governo Requião já em 2003. Estávamos combatendo a crise por antecipação. Outra medida foi a minirreforma tributária, que reduziu de 25% para 18% e até 12% o ICMS que incide sobre cerca de 95 mil itens de consumo popular. Isso tem provocado, como esperávamos, uma queda dos preços no comércio, como provam dados anunciados pela rede Super Muffato, na semana passada: de julho para agosto, houve uma deflação de 0,83% na média de preços de todos os produtos. A redução do ICMS compensa com sobra o eventual aumento no preço dos produtos não incluídos na lista. Deve-se também apontar o aumento do piso salarial regional, o mais alto do país, e o aumento constante do número de trabalhadores com carteira assinada no Paraná: desde 2003, 624.485 trabalhadores conseguiram emprego formal no Estado, um número 15 vezes maior do que o registrado nos oito anos do governo anterior. Quero concluir referindo-me ao estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, o chamado Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). Conforme o ranking, o Paraná é o segundo estado mais desenvolvido do país, com 0,8074, atrás apenas de São Paulo (0,8637). O índice leva em conta os fatores Saúde, Educação, Crescimento, Emprego e Renda. No quesito Saúde, o Paraná está em primeiro lugar. Em Emprego e Renda, estamos entre os quatro melhores. Em Educação, entre os cinco melhor colocados. Isso tudo quer dizer alguma coisa. Os dados, insuspeitos, comprovam, mesmo que muitos não gostem disso, que escolhemos a estrada certa.www.luizromanelli.com.br