22/08/2005 21h38 | por Carlos Souza
Para: Editoria de Política e ColunasDistribuído em 22/08/05Jornalista: Carlos Souza Após a realização da audiência pública nesta segunda-feira (22) na Assembléia Legislativa para esclarecer as questões relacionadas aos Portos de Paranaguá e Antonina, os deputados acabaram divergindo sobre os resultados práticos do encontro. Para o deputado Augustinho Zucchi (PDT), é importante ressaltar a importância do Poder Legislativo, que através do seu presidente, Hermas Brandão, abriu suas portas para promover esse debate. “Considero muito positivo esse encontro, pois foi possível visualizar que falta ação e eficiência ao governo estadual na administração dos portos paranaenses”, disse o parlamentar, destacando que o Estado deveria tomar uma medida imediata para contornar a crise e não prejudicar ainda mais os produtores paranaenses. Já o deputado e líder do governo na Assembléia, Dobrandino da Silva (PMDB), diz que a audiência foi levada para o campo político, sendo que houve muito discurso e pouco debate técnico. “O governo já mostrou sua iniciativa em melhorar os portos paranaenses e já está colocando isso em prática, mas essas ações não acontecem do dia para a noite”, justificou Dobrandino. O também governista, deputado José Maria Ferreira (PMDB) lembrou a importância de o governo realizar novas obras de infra-estrutura, principalmente, no que diz respeito aos serviços de dragagem, batimetria (avaliação de profundidade), ampliação dos berços atracadouros e de sinalização. “É claro que é interesse do Estado melhorar os serviços do porto, mas é preciso acabar com a discussão política e trabalhar junto com os governantes para mostrar os caminhos e ações a serem desempenhadas. Não podemos fazer em quatro anos o que não foi feito em mais de uma década”, disse Ferreira. O líder da oposição, deputado Valdir Rossoni, destacou que o governo vem desde o início de seu mandato com o mesmo ‘lenga-lenga’, como se nada estivesse acontecendo. “Ora, se não houvesse reclamações, não estaríamos reunidos em uma audiência pública para debater os problemas dos portos paranaenses”, argumentou Rossoni. Para o líder do PFL, deputado Plauto Miró Guimarães, todas as repostas dadas pelos integrantes do Estado foram evasivas. “Eles sim, vieram fazer discurso e pintar uma realidade que não existe. Até por isso, fugiram de muitos questionamentos e em outros casos partiram para o grito. De consistente, na verdade, não houve nada. Nem a promessa de solucionarem os atuais problemas gerenciais e nem a promessa de cumprirem o que manda a lei federal, que passa a permitir o plantio, transporte, comércio e exportação de produtos geneticamente modificados no Estado”, atentou Miró. E, segundo deputado Rafael Greca (PMDB), “a audiência mostrou que o Governo do Paraná deu ao Porto de Paranaguá uma evolução altamente positiva depois que interrompeu o processo de privatização há dois anos e meio”. De acordo com o parlamentar, o Porto foi recuperado, modernizado e as operações voltaram ao controle público. “A receita cambial dobrou, passando de US$ 4,1 bilhões para US$ 8,4 bilhões, e nenhum importador reclama de impurezas nos produtos exportados”, disse Greca. PREFEITURA – O prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, que também esteve presente na audiência pública, levantou a hipótese da prefeitura vir a controlar a administração portuária, lembrando que há exemplos de sucesso nesse sentido, como já ocorre em Barcelona (Espanha) e Amsterdã (Alemanha), entre outros. “Seria uma hipótese a ser pensada, já que conhecemos toda a estrutura de funcionamento dos portos e temos centenas de pessoas da comunidade envolvidas”, justificou o prefeito. Segundo Baka, não é possível que a atual administração seja mantida a frente dos portos paranaenses. “Precisamos acabar com essa gestão temerária, que somente em 2005, deixou de repassar mais de R$ 5 milhões referente ao Imposto Sobre Serviços (ISS). Hoje, o Estado não recolhe nada de ISS aos cofres municipais por julgar que o pagamento é indevido”, disse o prefeito de Paranaguá.