Educação Inclusiva é tema de seminário na Assembleia Legislativa Evento teve seu início nesta quarta-feira (8) e prossegue na manhã desta quinta (9), a partir das 9 horas, novamente no Plenarinho da Alep.

08/08/2018 10h52 | por Sandra C. Pacheco
Sessão Plenária.08/08/2018.

Sessão Plenária.08/08/2018.Créditos: Sandro Nascimento/Alep

Sessão Plenária.08/08/2018.
 

Teve início na manhã desta quarta-feira (8), no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná, o seminário “Educação Inclusiva e Políticas Públicas”. Iniciativa do deputado Gilson de Souza (PSC), que coordenou os trabalhos, o evento contou com palestras do professor de Educação Especial, poeta e músico  David Rodrigues, conselheiro nacional de Educação em Portugal;  da professora Luzia Lima Rodrigues, conferencista internacional e docente convidada de diversas instituições de ensino superior portuguesas e estrangeiras; professara Sueli Fernandes, mestre em Linguística, especialista em Alfabetização e pesquisadora na área de Educação Especial. Também se manifestou na ocasião a professora mestranda Liriane Costa de Oliveira Luiz, psicopedagoga clínica e especialista em Educação Especial e Inclusiva.

David Rodrigues abordou o tema “Direitos Humanos e Inclusão (Documentos Internacionais) ”, destacando a importância das políticas públicas no sucesso do processo de inclusão. Citando exemplos díspares como o Haiti e Portugal, discorreu sobre a experiência portuguesa, lembrando que há 44 anos o país tinha 35% de analfabetos e hoje oferece educação para todos, com período de escolarização obrigatória de doze anos, escolas públicas em tempo integral, com as cantinas escolares abertas aos alunos mesmo no período de férias.

Segundo ele, foi fundamental para essa mudança de patamar a boa escolha de onde aplicar os recursos públicos, criando um sistema educacional promotor de equidade e justiça social: “Quanto mais inclusivo o sistema, melhor sua qualidade. Bons sistemas de ensino contemplam a diferenciação e faz com que a distância entre os bons e os maus alunos seja menor”. Acrescentou que 99% dos alunos com dificuldades estão nas escolas públicas e concluiu que “ninguém aprende a voar dentro de uma gaiola”.

Formação de Professores – Na sequência falou a professora Luzia Lima Rodrigues, sobre o tema “Educação Inclusiva e Formação de Professores”. Para ela, aí se encontra um dos pontos críticos da questão, porque implica em mudanças de paradigmas, de valores. “Nossa sociedade está preparada para ser anti-inclusiva. Como os paradigmas são ancestrais, as mudanças não ocorrerão de uma hora para outra. É muito difícil formar professores para essa tarefa, porque certos valores antecedem a forma de pensar”.

Afirmando que ninguém se torna inclusivo por osmose e que a igualdade de direitos não raro soa como opressão, disse que é preciso ajudar o professor a ter argumentos para lidar com a situação, o que virá mediante uma formação mais profunda em termos de informação, conhecimento e estudo: “O professor tem que estudar mais, tem que estudar a vida toda, tem que saber fazer. As decisões sobre o que se passa na sala de aula devem partir do professor, que precisa saber criar grupos heterogêneos, ter conhecimentos de sociometria e dimensão de valores”, observou. A seu ver, a escola é feita para abrigar estudantes medianos e continuará sendo excludente se mantiver o modelo que adormece alguns e privilegia poucos: “A escola, nos moldes convencionais, não tem sabido aproveitar a qualidade específica e única de cada aluno”, lamentou.

A professora Sueli Fernandes analisou o tema “Educação Bilíngue para Surdos e Políticas Públicas”. Ela destacou a necessidade da língua de sinais (Libra) ser admitida como língua materna para as crianças surdas na primeira infância. Elencando as conquistas que vêm desde 1857, com o surgimento na primeira escola de surdos no Brasil à oficialização da língua brasileira de sinais, na década de 1990, até a publicização da política de educação inclusiva em 2008 e o reconhecimento da escola bilíngue em 2014, frisou que o Paraná foi pioneiro no país na oficialização da língua de sinais, com metodologia e estratégias específicas para a alfabetização de pessoas surdas.

O evento prossegue nesta quinta-feira (9), no mesmo local, das 9 às 12 horas, com a participação de Luzia Rodrigues, David Rodrigues, professor Enio Rosa e professora Liriane Costa Luiz. Participaram do encontro desta quarta, além do deputado Gilson de Souza, a deputada Claudia Pereira (PSC), e os deputados Marcio Pacheco (PPL) e Péricles de Mello (PT).   

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