O embaixador da Suíça no Brasil, André Regli, fez na manhã desta quinta-feira (19) uma visita de cortesia à Assembleia Legislativa, onde foi recebido por seu presidente, deputado Ademar Traiano (PSDB), e pelo 1º secretário, deputado Plauto Miró (DEM). A conversa girou em torno das boas relações econômicas e culturais entre aquele país europeu e o Paraná. O diplomata enfatizou que seu país já tem importante presença aqui e vê um grande potencial de incremento nessas relações; apontou afinidades e os investimentos já feitos no Paraná, além de externar a esperança de que eles venham a ser ampliados.

O deputado Traiano também considerou fundamental “a boa relação com um país dessa tradição e com práticas democráticas há longo tempo consolidadas”. Plauto Miró, por seu turno, destacou que devemos incentivar cada vez mais o intercâmbio entre o Brasil e a Suíça, para “vermos cada vez mais empresários suíços investindo aqui, especialmente no Paraná”. Há um ano e meio no cargo, o embaixador fez questão de abordar uma nova área de colaboração entre os dois países, envolvendo seus Ministérios Públicos, e que está se constituindo num importante subsídio para o bom andamento da Operação Lava Jato, cujas investigações estão centralizadas no Paraná. Regli acompanhou o procurador-geral da Suíça, Michael Lauber, que veio ao Brasil para participar, nesta semana, de reuniões com procuradores brasileiros.

Combate à corrupção – Segundo o embaixador, o combate à corrupção interessa tanto ao Brasil quanto à Suíça, que tem uma praça financeira forte e mundialmente respeitada e não deseja ver sua imagem associada ao que chamou de “dinheiro sujo”. “Estamos trabalhando em conjunto com outros países da União Europeia nesse sentido”, afiançou, acrescentando que além de colaborar com as investigações envolvendo desvios de verbas públicas o objetivo é tornar rápida e eficaz a repatriação desses recursos, conforme já vem ocorrendo em relação à Lava Jato.

Respondendo a indagações de Traiano e Plauto, explicou que seu país atravessou com tranquilidade a crise econômica que se abateu sobre a Europa em 2008, principalmente porque dispõe de uma economia diversificada, baseada em serviços e  numa indústria especialmente forte e inovadora. Destacou o excelente sistema educacional suíço, que se vale também da solidariedade empresarial para formar profissionais altamente capacitados.

Por seu lado, quis saber quais são os maiores desafios encontrados pelo Legislativo neste momento delicado por que passa o Brasil. “Nosso maior desafio é estar em consonância com a voz das ruas”, admitiu Traiano, observando que o Poder é uma permanente vitrine, muito visado e muito cobrado pela população: “Mas vimos desenvolvendo nos últimos anos uma politica de transparência e ações fortes para contenção de despesas, com cortes na própria carne, e voltada para o fortalecimento da instituição. Não se pode perder de vista que o avanço da tecnologia permite uma fiscalização em tempo real”.

Traiano destacou ainda que nos últimos quatro anos o Paraná apresentou um crescimento diferenciado no cenário nacional, graças, principalmente, ao programa Paraná Competitivo, que conseguiu atrair, através de incentivos e medidas desburocratizantes, cerca de 35 bilhões de investimentos.

O embaixador, que em seguida foi recepcionado no Palácio Iguaçu pelo governador Beto Richa (PSDB), estava acompanhado pelo cônsul geral da Suíça em São Paulo, Claudio Leoncavallo, e pelo diretor da Swiss Hub e cônsul econômico Thomas Hörst.