No segundo dia do seminário “Fracking: consequências sociais, ambientais e econômicas na região do Aquífero Guarani”, entidades ligadas ao setor agrícola do Paraná destacaram que ainda aguardam estudos técnicos mais detalhados para se posicionar em relação ao uso do método de extração de gás por fracking no estado. O evento, promovido pelas comissões do Mercosul e Assuntos Internacionais, de Ecologia e Meio Ambiente, e da Agricultura da Assembleia Legislativa, presididas pelos deputados Maria Victoria (PP), Rasca Rodrigues (PV) e Pedro Lupion (DEM), respectivamente, contou com participação de representantes da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA) e da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).
Para o representante da Faep, o engenheiro agrônomo Nilson Camargo, ainda são necessários dados mais robustos para que a instituição possa se posicionar contra ou a favor do fracking no Paraná. “A Faep acredita que ainda tem que estudar o tema de maneira mais profunda para tomar a decisão correta em prol dos produtores do estado. É preciso também tornar o debate sobre o fracking mais próximo da sociedade”, afirmou. “Não somos a favor e nem contra, mas observamos a discussão sobre o fracking com preocupação”, completou o representante da Ocepar, Silvio Krinski.
O vice-presidente da Comissão de Agricultura, Fernando Scanavaca (PDT), concorda que o tema precisa ser muito debatido antes de qualquer medida. “Já aconteceram leilões de áreas que poderão ser exploradas dentro do Paraná e nós não podemos estar fora dessa discussão. Por isso escutamos todos os especialistas e entidades envolvidas para tomarmos a melhor decisão em prol dos interesses do estado do Paraná”, disse.
Riscos – O deputado Rasca Rodrigues, presidente da Comissão de Ecologia e Meio Ambiente, afirmou que a prática do fracking para a extração de gás em terras paranaenses é, no mínimo, arriscada. “Em todo o mundo, onde o fracking é utilizado, não há agricultura. Aqui no Paraná, onde temos 2% do território brasileiro que produz 25% dos grãos de toda a produção nacional, a utilização desse método é no mínimo temerosa. Temos vários aquíferos embaixo desse território que poderão ser contaminados”, ressaltou o parlamentar.
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