Cursos, encontros, palestras... Têm sido essas as formas encontradas pelas autoridades para incentivar a adoção tardia, ou seja, quando a criança deixa de ser um bebê, vai para as casas de acolhimento e tem consciência de quem é. E a Assembleia Legislativa também se juntou â causa. Por meio da Comissão de Defesa da Criança, do Adolescente e do Idoso (CRIAI), a presidente, deputada Cláudia Pereira (PSC), promoveu uma audiência pública sobre o tema, na manhã desta quarta-feira (22), no Plenarinho da Casa. Para a parlamentar, é preciso entrar no debate para poder apontar soluções.
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E todos os convidados, do Ministério Público, da Secretaria da Família, do Tribunal de Justiça. Da assistência social e que são ligados à área da infância e adolescência, concordam que o grande desafio da adoção tardia é mudar a cultura das famílias brasileiras, que insistem em adotar recém-nascidos ou bebês. Entre esses convidados. o desembargador Rui Mugiatti, que lembrou: ao contrário de países europeus e dos próprios Estados Unidos, por exemplo, que costumam adotar grupos de irmãos de várias idades e até deficientes, no Brasil não há essa cultura.
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Durante a audiência, foram mostradas experiências bem-sucedidas na área, como a do município de Araucária, que faz um trabalho de acolhimento desde 2014, com capacitação de equipes, reuniões semanais, com o intuito de, segundo a assistente social, Cristiane do Nascimento, construir o primeiro vínculo das crianças e adolescentes. Por isso, a importância do profissional estar capacitado, já que esse acolhimento tem papel fundamental na adoção tardia. Em parceira com o Grupo de Apoio â adoção consciente (GAACO) foram criados projetos como o Dindo, onde as famílias se tornam padrinhos das crianças e adolescentes abrigados, e Encontro, onde promovem eventos com a comunidade para que possam se conhecer e assim, que surja a afinidade. Uma das formas para a decisão das famílias em adotar. O promotor Davi Kerber de Aguiar, diz que é esse é um dos caminhos.
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Foi assim com o psicólogo Marcelo dos Santos. Ele queria adotar uma criança de 4 a 6 anos, mas, ao ser convidado para o projeto Encontro, mudou de opinião e há três meses, adotou Mateus, de 14 anos.
(Sonora)
As imagens de crianças e adolescentes assistidas pelo Poder Judiciário de Pernambuco, em redes sociais, também é uma das experiências inovadoras. Com a divulgação de perfis de crianças e adolescentes que estão disponíveis no Cadastro de Nacional de Adoção, depois de um ano, das 48 imagens mostradas , 13 crianças e adolescentes já estão em processo de adoção. E como disse uma juíza pernambucana, em uma mensagem de vídeo, durante a audiência, isso é uma vitória se se considerar que, para cada seis crianças a adolescentes habilitados para adoção, há apenas uma família interessada e que 67% dos casais preferem adotar crianças de até quatro anos e que no Paraná, dos cerca de três mil habilitados para serem adotados, 48% são adolescentes de 13 a 17 anos
( sobe som dela)