12/07/2007 09h08 | por Sonia Maschke / (41) 3350-4193
Pelo menos foi essa a constatação da bancada de Oposição que saiu insatisfeita da audiência. Agora a Oposição visa alternativas para elucidar os mistérios que envolvem os contratos da Sanepar. Outro fator que contribuiu para que a apresentação não fosse satisfatória foi o pouco tempo que os parlamentares tiveram para fazer os questionamentos. “Gostaria que essa sessão fosse até a meia noite, mas tem uma sessão solene na seqüência e não será possível. Agora vamos buscar outros meios para buscar os esclarecimentos. Algo tem que ser feito e vamos fazer”, disse o líder da Oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB).Durante toda a explanação o ex-presidente do Conselho agiu na defensiva e não apresentou nenhum fato novo aos parlamentares, limitando-se a descrever detalhes técnicos dos contratos da Sanepar.Sobre a sua saída do Conselho comentou que o motivo não foi as irregularidades na gestão da Sanepar e sim por caráter pessoal, pois não conseguia conviver com alguns secretários . Rossoni se solidarizou ao ex-conselheiro, dizendo que “não é apenas ele que não consegue conviver com certos secretários. É toda a população do Paraná que não aceita mais esse governo de mentiras”.O fato é que em nenhum momento as explicações de Botto coincidiram com as apresentadas pelo atual presidente do Conselho, Pedro Henrique Xavier e também do presidente da empresa, Stênio Jacob. No que diz respeito à apólice falsa, denunciadas por Rossoni, e os demais seguros da Sanepar, Botto resumiu dizendo que só teve conhecimento do fato pela imprensa, após as denúncias feitas pelo parlamentar. O deputado Augustinho Zucchi (PDT) questionou o fato de não ter sido realizada a auditoria para verificar as condições em que estavam as obras feitas pela Pavibras e chegou a sugerir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os problemas. “Se o contrato foi considerado inexeqüível e se não teve uma auditoria, porque a autorização de tantos aditivos. Até agora ninguém explicou onde foi parar todo esse dinheiro”, cobrou Zucchi.Quando perguntado pelo deputado Élio Rusch (DEM) sobre a necessidade do pagamento dos aditivos contratuais, Botto afirmou que para ter a certeza nesse caso seria preciso uma auditoria externa. Auditoria que até o momento não foi realizada e que mesmo assim, sem saber das reais condições das obras deixadas pela Pavibras, a Sanepar contratou, sem licitação, novas empresas em janeiro, menos de um mês após a rescisão de contrato com a Pavibras, para a conclusão dos serviços que não data definida para o término.Próximas açõesOs deputados aguardam o contraponto de Rogério Distéfano, vão questionar o Tribunal de Contas e avaliar in loco as obras do Paransan. SegurosO deputado Valdir Rossoni já havia denunciado uma apólice de seguro falsa em nome da Sulina Seguradora. A Sanepar contratou a seguradora através de acordo extrajudicial, firmado em maio de 2004. A apólice foi emitida em 2 de julho de 2004, com cobertura retroativa (de 15 de maio a 9 de julho de 2005). Em dezembro de 2004 enviou ofício à Sanepar informando que a apólice era falsa e que não iria garantir o seguro. A corretora Brickel, que providenciou a apólice já respondia a inquérito policial em São Paulo por ter forjado outras apólices. Nem Stênio Jacob nem Sérgio Botto de Lacerda explicaram onde foi parar o dinheiro, já que o valor tinha sido descontado da Pavibras. Agora existe a suspeita sobre outras três empresas que utilizaram apólices falsificadas. São elas: OM Costa e Cia Ltda, EGC Construtora de Obras LTDA e Construtora Patamar. Rossoni também não obteve esclarecimentos a respeito do assunto.