“O racionamento de água que castiga boa parte da população de Curitiba não é decorrência apenas de uma seca prolongada. A omissão do governante imprevidente tem mais relação com esse flagelo do que qualquer capricho da natureza”. A denúncia é do deputado Valdir Rossoni, líder da oposição na Assembléia, que citou levantamento divulgado em editorial do jornal Gazeta do Povo para demonstrar que o sofrimento dos curitibanos e habitantes da Região Metropolitana de Curitiba, submetidos a falta de água poderia ter sido evitado se o governador Roberto Requião estivesse mais atento aos reais problemas do Estado e menos preocupado em fazer política. Um colapso no abastecimento de água de Curitiba já era esperado há anos, diz Rossoni. Tanto isso é verdade que o governo anterior havia previsto a construção da barragem de Piraquara II e o do sistema Miringuava que aumentariam significativamente a reserva de água e a capacidade de tratamento e fornecimento à população. As obras deveriam ter sido iniciadas em 2003. Estava garantido um financiamento japonês, com sete anos de carência e juros de 4%. O processo licitatório estava concluído e as obras deveriam ficar prontas no prazo máximo de dois anos. Ou seja, em 2005, com a conclusão das obras a capacidade de reserva de água teria aumentado em 40% e a de tratamento e fornecimento em 20%. O curitibano só saberia da gravidade dessa seca pelas notícias dos jornais, afirma Rossoni. Mas aí entrou em cena o estilo Requião de governar pelo conflito, para destruir o que governo anterior construiu. A pedido do novo governador todo processo de construção da represa e das estações de tratamento foi cancelado. Sob alegações diversas, a maioria delas pífias, tudo foi interrompido. E tudo teve de ser recomeçado do zero, inclusive a contratação de novo órgão financiador e o lançamento de outro complicado processo de licitação, diz Rossoni.Graças a todo esse tumulto inútil, baseado na necessidade de se criar conflitos politiqueiros o morador de Curitiba e da Região Metropolitana está sem água. E esse drama pode se repetir, alerta Rossoni. O deputado diz que com a paralisação de todo o processo, a estimativa mais otimista é que o sistema que poderia ter ficado pronto em 2005, talvez seja concluído em 2008. Até lá resta ao cidadão dessa região rezar para que não venha ocorrer uma nova seca.